A reconstrução do Templo - Ed5

Chegou o momento de reconstruírem, pela permissão inicial do grande Ciro, seu templo. Os holocaustos já se ofereciam sobre o altar recém construído.

“Desde o primeiro dia do sétimo mês começaram a oferecer holocaustos ao Senhor; porém ainda não estavam postos os fundamentos do templo do Senhor... E no segundo ano da sua vinda à casa de Deus em Jerusalém, no segundo mês, Zorobabel... e os outros seus irmãos, os sacerdotes e os levitas, e todos os que vieram do cativeiro a Jerusalém, começaram a obra da casa do Senhor...” (Ed 3.6-8).

Logo aparecem alguns que pareciam dispostos ao bem de Israel.

“Ouvindo, pois, os adversários de Judá e Benjamim que os que voltaram do cativeiro edificavam o templo ao Senhor Deus de Israel, chegaram-se a Zorobabel e aos chefes dos pais, e disseram-lhes: Deixai-nos edificar convosco, porque, como vós, buscaremos a vosso Deus; como também já lhe sacrificamos desde os dias de Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos fez subir aqui” (4.1-2).

Talvez ninguém recusasse hoje tal oferta, mas sua resposta é desconcertante aos olhos dos homens.

“Não convém que nós e vós edifiquemos casa a nosso Deus; mas nós sozinhos a edificaremos ao Senhor Deus de Israel, como nos ordenou o rei Ciro, rei da Pérsia” (4.3).

É bom relembrar que aqueles que pareciam querer ajudar eram povos estranhos que haviam sido colocados no lugar dos judeus que tinham sido expulsos quando da invasão pela Assíria ao norte. Mas vamos ver os motivos por que eles sacrificavam ao Deus de Israel.

“E o rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel... E sucedeu que, no princípio da sua habitação ali, não temeram ao Senhor; e o Senhor mandou entre eles, leões, que mataram a alguns deles. Por isso falaram ao rei da Assíria, dizendo: A gente que transportaste e fizeste habitar nas cidades de Samaria, não sabe o costume do Deus da terra; assim mandou leões entre ela, e eis que a matam, porquanto não sabe o culto do Deus da terra.

Então o rei da Assíria mandou dizer: Levai ali um dos sacerdotes que transportastes de lá; e vá e habite lá, e ele lhes ensine o costume do Deus da terra... Porém cada nação fez os seus deuses, e os puseram nas casas dos altos que os samaritanos fizeram, cada nação nas cidades, em que habitava” (2 Re 17.24-29).

Há uma grande diferença em cultuar ao Deus Vivo por amor e conhecimento de Sua Pessoa e obra, e cultuar por mera religiosidade que de alguma forma traga benefícios temporários. E não é o que mais temos visto em nossos dias?

Exatamente agora, diante de nossos olhos, esta imagem do passado está sendo revivida no mesmo contexto da mera religiosidade com vistas a uma forjada paz. Um templo está sendo reconstruído com a ajuda de estranhos, com o slogan ecumênico que se adapta bem às três maiores religiões – Casa da Família de Abraão, prometida sua abertura para 2022.

Segue abaixo um link de Setembro de 2019 quando houve um primeiro encontro global às claras promovendo o intento.

https://exame.com/negocios/releases/como-parte-da-iniciativa-global-para-promover-a-paz-o-comite-superior-da-fraternidade-humana-apresenta-o-projeto-da-casa-da-familia-abraamica/

Zorobabel, naquele retorno gracioso à sua terra, entendeu que o fermento da mistura só corromperia seu culto único a Javé. Recebeu perseguição como recompensa daqueles mesmos que se diziam religiosos (até sacrificavam!), e seu templo ficou paralisado por alguns anos, conforme segue o contexto de Esdras. Mas a mistura foi rejeitada e afastada, e no tempo do Deus de Israel seu templo foi reconstruído.

No entanto, os reconstrutores atuais da Casa de Abrão não sofrerão nenhuma perseguição no momento, pois falam do mundo para o mundo que jaz no maligno.

O fundador da empresa britânica Adjaye Associates, que ganhou o contrato para projetar esta Casa, David Adjaye, certa vez descreveu o jardim ao redor das casas de culto como uma "poderosa metáfora, este espaço seguro onde comunidade, conexão e civilidade se combinam". Ali, a serpente não precisará se esgueirar para entrar.

Mas seus feitos proclamarão contra eles mesmos no tempo do Deus de Israel.

“Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos que se prostituem, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte” (Ap 21.8).

Embora não creiamos que esta construção seja a que foi profetizada no livro de Apocalipse, onde a besta se assentará em sua presunção divina, ela certamente cumprirá seus propósitos malignos, e nos serve por ora como ilustração da mistura ecumênica na formação de uma religião universal.