O que vimos até agora?! - Pm7

Esta é nossa última nota neste longo estudo percorrendo o Antigo Testamento. Foram cerca de 180 artigos escritos num período superior a 3 anos. Meu intuito era criar um panorama geral do que trata o Antigo Testamento, sem perder a particularidade de cada livro.

Perseguimos as inúmeras figuras deste longo volume inspirado, na tentativa de alicerçar o pensamento e a vontade de Deus ao mandar seus escolhidos relatarem suas visões, experiências e as palavras ouvidas diretamente do Espírito de Deus.

De Gênesis a Deuteronômio traçamos a história da formação do povo hebreu, uma vez que este povo foi escolhido entre tantos povos para ser o canal de bênçãos para o mundo perdido e extraviado pelo pecado. A força e virtude principais destes 5 livros giram em torno do sacrifício do único filho de Abraão, beneficiando o povo judaico a ser formado e as nações abandonadas outrora por Deus após o dilúvio:

“Por mim mesmo jurei, diz o Senhor: Porquanto fizeste esta ação, e não me negaste o teu filho, o teu único filho, que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus [a semente espiritual de Israel], e como a areia que está na praia do mar [a semente física de Israel]; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos; e em tua descendência [Cristo] serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz” (Gênesis 22.16-18).

E assim como a obediência de um homem, através do sacrifício de seu filho interrompido pelo próprio Deus, garantia tamanha promessa de bênçãos sobre todos os povos, o que se dirá da promessa de Deus através do sacrifício perfeito e consumado do Filho divino?!

Quanto aos 12 livros históricos, de Josué a Ester, visamos o crescimento nacional e espiritual daquela nação recém empossada na Palestina. Podemos assim resumir:

“Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu [Josué] farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria. Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares. Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite” (Josué 1.6-8).

Mas logo O negaram, e constituíram reis humanos sobre si – “E disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles. Conforme a todas as obras que fizeram desde o dia em que os tirei do Egito até ao dia de hoje, a mim me deixaram, e a outros deuses serviram, assim também fazem a ti” (1 Samuel 8.7-8).

Não só todo o Israel pecou nesta escolha, como ainda se dividiram em 2 nações, cada qual recebendo a justa retribuição do exílio.

Os cinco livros poéticos – Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares – aparecem como um parêntesis na história coletiva para mirar o indivíduo. Jó, Davi e Salomão são os personagens centrais, com seus dramas pessoais a nos instruir sobre nossas necessidades espirituais e físicas, e suas interdependências.

Poderíamos assim sintetizar suas experiências nas palavras do mais exigido e sofrido dos apóstolos – “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança” (Romanos 15.4).

Depois analisamos os profetas maiores e menores. Era tempo de prestação de contas. Deus sempre tentava trazer seu povo ao arrependimento, mas sempre falhavam terrivelmente. A cada passo de Deus na direção deles, outro passo era dado em direção contrária a Ele.

Sua busca era constante, amorosa e incansável – “E eu vos enviei todos os meus servos, os profetas, madrugando e enviando a dizer: Ora, não façais esta coisa abominável que odeio. Mas eles não escutaram, nem inclinaram os seus ouvidos, para se converterem da sua maldade, para não queimarem incenso a outros deuses” (Jeremias 44.4-5).

Não havia outra solução. Chegaria o ponto sem volta – “Derramou-se, pois, a minha indignação e a minha ira, e acendeu-se nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém, e elas tornaram-se em deserto e em desolação, como hoje se vê” (Jeremias 44.6).

Não obstante toda negligência e rebeldia do povo terreno escolhido, Deus não podia falhar com as promessas feitas ao seu grande amigo, Abraão. Imensuráveis e desconcertantes promessas em meio ao caos das trevas e pecado surgem como esperança da redenção final.

“Eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta” (Zacarias 9.9).

Há algo em Deus, e somente nele, que clama tanto por arrependimento quanto por vingança – as duas faces da mesma moeda, oferecidas em tempos distintos.

Dois mil anos deste período gracioso da Igreja, desde a morte e ressurreição do Filho de Deus, testemunham Sua longa busca e salvação de todos – indistintamente.

O fim deste ciclo está chegando! As portas da graça serão recalibradas com vistas a um ajuste de contas final.

Toda graça está à disposição de qualquer um que busque a face do Filho, desde Sua primeira vinda – toda justiça e vingança recairão sobre todo aquele que O desprezar até Sua segunda vinda.

Continuaremos esta longa saga pelos livros do Novo Testamento.

Que Deus nos ilumine neste tempo final de trevas global, pois a hora da grande tentação se aproxima!

Será que estamos devidamente acertados com o Senhor?!