Em busca do tesouro perdido

Os olhos miúdos, verdes, esmiuçavam o ambiente ao redor esperando algo para preencher aquele vazio imenso que sempre sentiu.

Não era a primeira vez nem a última que se sentia perdida em meio ao caos de si mesma tentando se reencontrar nos valores perdidos por uma revolta que desaprendeu de manter contida.

Tinha medo, muito medo de se perder de vez nas lacunas vazias da própria existência e deixou de acreditar no que tinha de melhor para tentar fazer parte. Essa necessidade constante de aplacar a solidão fazia parte da sua vida de projetos inconclusos e sentimentos vãos.

E esmiuçava... Não! Não esmiuçava. Fuçava como porco na lama em busca de pérolas perdidas que sempre acreditou existir. Adquiriu carapaça para se esconder de si mesmo e criou personalidades de acordo com as necessidades. Ora era temperamental e insuportável. Ora era doce e branda. Como uma vela, queimava lentamente por si só com uma chama perene a lhe consumir tudo o que tinha de melhor e pior sem comedimentos. Exausta, deu de si o que podia. Depois de se consumir pode se perdoar.

Fabíola Colares
Enviado por Fabíola Colares em 14/04/2008
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