Pai?

Talvez a única razão de escrever isso seja por eu saber que jamais

lerá.Mas vou dizer aqui coisas que nunca perguntou-me.

Eu fui uma menina boazinha,muito triste,mas esforçada.

Tirei boas notas em português,em ciências...Humanas em geral.

Mas as exatas...Ah,pai,nessas fui mal!

A vida me disse que foi subtraído de mim um grande amor.

Multiplicada a tristeza por um vazio deixado.

Somada dor.

E com quem dividir alegrias tive pouco...

Muitas vezes chorei por sentir falta de algo que nunca experimentei,

Mas sei dizer-lhe que fez muita falta!

Nunca lhe disse,pai.Eu sei...

Mas o senhor NUNCA me perguntou...

Eu nunca soube o que era ter um abraço do MEU PAI

E o senhor PERDEU todas as minhas reuniões escolares.

Que pena,pai! Se tivesse ido em uma apenas, teria me conhecido.

Teria sabido que podia sentir orgulho de ser MEU PAI...

Ah,mas apesar de tudo,pai,eu sempre desejei que o senhor fosse

feliz como eu gostaria que tivéssemos sido.

O senhor foi feliz?

Eu também NUNCA lhe perguntei.

SEMPRE fomos tão distantes,o senhor sabe...

Mas agora quando eu pensava que ainda era tempo...

O senhor me mostra que AGORA É TARDE

Para que eu e o senhor ultrapassemos a barreira do tempo

e possamos ser PAI E FILHA.

É TARDE PAI;eu era apenas uma criança,

Mas o senhor DEVIA saber disso.

Não dá para recuperar o tudo que devíamos viver

e não vivemos...É de fato, TARDE!

Foi o senhor que me fez entender que é tarde...

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 24/03/2011
Reeditado em 24/03/2011
Código do texto: T2867225
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