Aos Meus Filhos

Aos meus Filhos!

Um dia vi minha alegria se transformar em pranto;

deixei de viver, fui deixado em um canto;

como um canto de loucos abandonados;

mas os loucos são desvairados.

Chorei até minha alma expurgar sua última gota de dor;

o choro amargo de quem ama e não consegue se quer amor;

mas, não o amor de outros, mas, sim amor dos seus;

ah! se isso conseguisse, seria como se visse Deus.

Entre choro e mais choro, meu coração clamou pelo perdão;

e isso, bom, isso tudo foi em vão;

não recebi nenhum perdão, nenhuma visita e aos poucos;

até as ligações se calaram, meus telefones antes loucos;

Não mais tocaram se, calaram se como se cala todo aquele que ficou rouco.

A dor aumenta, a cada dia parece maior e maior;

queria que ela ficasse sempre menor e menor;

tudo em vão, o que estão diminuindo são as lagrimas;

que de não ter onde mais brotarem, não fazem mais rimas.

rimavam com a saudade que sinto das criaturas a quais amo;

rimavam com a felicidade de ver quando eu via os que amo;

deixaram de rimar com dor e pranto;

me causaram até espanto.

Mas secaram e partiram para olhos de outros tristes abandonados;

largados e execrados pelas próprias crias, ficamos abandonados;

e o pranto que era muito agora se fez silêncio, se calou;

e o que resta é o soluço de uma dor muda que não se calou.

Dor de amor;

amor sem dor;

não pode existir;

queria dividir.

fazer a dor deixar de existir;

mas em vão, nada mudou;

ao contrario, a dor não quer diminuir;

apenas o pranto se calou.

e de tristeza e sem forças;

ficou o soluço de uma dor;

que ainda tem muitas forças;

para bater num coração cheio de amor.