REENCONTRO

Voltei à praça

Meio que sem graça

Olhei a Maria Fumaça

O sorriso estampado

Na face exposto

Ao longe vejo você

Olhar meio turvo

Imagens misturadas

Com a realidade

Tento disfarçar a tensão

Nem presto atenção

No seu belo sorriso

Vindo em minha direção

Queria tanto rever-te

E agora que estas aqui

Não consigo olhar em teus olhos

Sinto revolta em mim mesmo

Penso em sentar no banco

Quando uma voz soa no ar

Chamando pelo meu nome

Consigo em frações de segundo

Recordar e pensar em tantas coisas

Que juntos vivemos

E que juntos sonhamos

Agora sinto seu braço

Em um forte abraço

Vejo lagrimas rolando pela face

Quero que me abrace

Nada disso foi marcado

Você sentada ao meu lado

Tanto tínhamos pra falar

Mas nessa hora o silencio

Fala mais alto

Não adianta lamento

Apenas vivemos o momento

Falamos tantas coisas

E esquecemos a mais importante

Você já ao longe... Distante

Eu subo no trem

Ouço dois apitos

Vejo acenos, e aceno

A Maria Fumaça nem saiu

Meus olhos enchem de lagrimas

Queria ficar junto com você para sempre

Mas a vida, ou o destino mudou o curso

Da minha felicidade

Hoje sei que mais um pedaço de mim se foi

Junto com aquele reencontro.

Ledemir Bertagnoli