RESPINGOS DA SAUDADE
RESPINGOS DA SAUDADE
*
A noite tem horas calmas
Repletas de doce silêncio
Onde estrelas cintilam
E onde brilham as almas...
Eu descanso, reflito e penso.
Lua e seus brilhos fugiram,
A encontrar os espelhos do mar.
A beleza e o silêncio intensos
Fazem-me refletir e meditar.
Pensei no sino da matriz,
Acordando os fiéis aos domingos,
Mulheres lavando roupa no chafariz,
Molhadas por seus respingos...
Tinha medo dos cortejos mortuários
Ao som dos pífaros e gente de luto
E os últimos toques na capela fúnebre...
Tinha pavor desses momentos solitários
A incerteza de nesta vida não ser um fruto,
Quem sabe um personagem célebre...
Nas colinas da minha cidade
Repletas de liames de luz e cor,
Soam os ecos da minha saudade,
Retratos do meu longínquo amor.
WalterBRios
maio/2005
*inspirado em SAUDADES, do poeta Casimiro de Abreu.