Onde Estou, Onde Estás?
Sangrei hoje e fiquei tingida de verde.
Como sumo de árvore era meu sangue.
Fluía de mim como o viço das plantas ceifadas
Ainda na tenra floração.
Senti-me ceifada da vida também,
E isso não tem explicação.
Qual terá sido o machado que ceifou meu caule?
Qual ferramenta revolveu o chão pra retirar as raízes,
Ainda superficiais,
De uma planta que, nova ainda,
Esperava ver nascer sua primeira flor?
Não sei as respostas a essas perguntas.
Só sei que as perguntas foram feitas e lançadas ao vento.
Se você souber a resposta absoluta a todas elas,
Então poderá me dizer de que planeta eu venho.
Onde esta minha nave?
Onde a escondeu?
O caminho agora é escuro e a lanterna se apagou.
Perdoe-me por querer descobrir outros mundos.
Não sabia que podia me perder neles.
Agora, aqui estou.
Uma alienígena, estrangeira em terras estranhas.
O ar esta irrespirável.
Meu verniz esta acabando.
Meu viço murchou.
Minha existência acabou.