MENSAGEM À GUERREIRA (PARA PRISCILA)

MENSAGEM À GUERREIRA (PARA PRISCILA)

... que grande vazio deixaste em nós.

Partiste. Prematuramente partiste... No teu lugar ficaram somente a solidão e a dor. Dor surda... Dor dolorida... Dor inclemente... A dor maior de se sentir, que é aquela dor que machuca a alma e que não cessa nunca... a dor que não tem cura; a dor de se perder um filho... Não consigo aceitar tua partida por mais que tente. Deveria haver uma lei, que proibisse aos filhos, partirem antes dos seus pais... deveria sim... Não existe dor maior, do que se olhar o retrato do filho que já se foi... O consolo único que sinto, é saber que lutaste. Lutaste como uma verdadeira guerreira. Tu, uma jovem amazona, contra a morte cruel. Tu, uma simples menina, com apenas quinze anos de existência, contra a poderosa morte. Contra essa entidade, cuja existência, vem desde o início dos tempos... E com que gana lutaste. Que combate insano e terrível, travaste contra este ser sem piedade, sem alma e sem coração... só tu, minha índia guerreira... Apesar da dor e do sofrimento, meu peito quase explode, de tão cheio do orgulho de te ver na batalha. Eu sempre estive certo, quando te chamava de "minha índia guerreira"; porque assim foste... A cada golpe recebido, tu te curvavas, mas não caias... A cada pancada mais forte, tu balançavas, mas não caias... És digna, da valentia, que têm, os também guerreiros, que são os teus pais. Que estiveram contigo, a cada momento da batalha que travavas. Que se curvavam, também doloridos, a cada golpe que recebias, mas que, apesar de tudo, sorriam orgulhosos, a cada vez que reagias; como faço eu, ainda hoje, ao lembrar... E como eu, tua bisavó Clélia, que também já partiu, lá de cima te observava à luta. E, conhecendo-a tão bem como a conheci, tenho a certeza que, a cada reação tua, um sorriso silencioso, se desenhava em seus lábios... E lá, nesse outro plano astral, ela, como a grande guerreira que também foi, te homenageava cheia de orgulho: - Essa é a minha bisneta querida!... Essa tem o sangue da raça!... E balançava a cabeça, em sinal de aprovação.

E assim te foste, minha índia guerreira!... Apesar da dor, sei que um dia, no futuro, estaremos novamente juntos. Caminhando de novo de mãos dadas, pelas calçadas do universo infinito. Eu, fazendo e falando as bobagens, que os avôs falam para os netos. Tu, rindo sempre de mim e as vezes pra mim... Obrigado, por eu ter podido te abraçar, ter conversado contigo, ter te ensinado coisas... ter aprendido coisas contigo... Tua imagem estará sempre no meu pensamento e no meu coração. Te amo hoje e sempre...

Que a paz, enfim, seja contigo, minha amazona gurreira!... Até um dia...

Sergio Pantoja
Enviado por Sergio Pantoja em 14/02/2011
Código do texto: T2792064
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