Cena de Amor

Avistei-os quando me aproximei do semáforo, ambos, também aguardavam que o sinal abrisse para atravessarem a rua; formavam um belo casal de meia idade ou como dizemos, melhor idade.

Era tão lindo vê-los assim, de mãos dadas, sorridentes; estavam tão absortos um no outro, que nem se apercebiam da curiosidade de alguns, que como eu, observavam a cena.

Era hora do almoço, no centro da cidade as ruas se encontravam apinhadas de pessoas em busca de um local para fazerem suas refeições; jovens, homens e mulheres que naquele horário, por volta de meio dia, se retiram dos seus ambientes de trabalho à procura de um restaurante ou uma lanchonete para almoçarem.

Vendo-os senti uma imensa ternura que mansamente invadiu todo o meu ser e, porque não dizer tristonha; lembrei-me que em tempos passados, também sonhávamos que envelheceríamos juntos; tal porém, não foi possível, não porque não quiséssemos, mais por uma imposição da própria vida, que o levou para sempre, arrebatando todos os nossos sonhos de uma única vez.

Falar sobre isso, me dá uma imensa saudade, mais com a certeza que a vida não se extingue com a morte do corpo físico, pois a essência de sua permanência entre nós, permanece aqui.

Agradecemos ao nosso Pai celestial a oportunidade que nos deu de compartilharmos juntos, da sua caminhada, enquanto esteve entre nós.

Àquele que também passou por essa experiência nosso sentimento mais profundo e o desejo que continue o caminho, ainda que solitário, sabendo que a saudade é sempre benvinda.

Muita Paz

Nuvem Clara