Encontro do Desencontro

Da janela do táxi já embaçada ainda se via a chuva que caia forte lá fora, pessoas apressadas atravessam o farol fechado, olhos atento ao relógio e a agonia de não chegar a tempo me consome...
Naquele momento tinha o mundo em minhas mãos, menos o tempo...
No local exato, com meia hora de atraso procuro te entre a multidão, pessoas sorrindo, outras namorando, famílias inteiras almoçando e seu rosto escondido, não o vejo...
A ansiedade aumenta com a espera, penso que você está ali e eu que não o reconheço, nem você a mim...Sinto o desespero tomar conta do meu ser. O medo de não te ver e a incerteza dão lugar ao sentimento de abandono...Começo a caminhar num procurar angustiante, e mais uma vez nada encontro...Prefiro acreditar que tenha se perdido no tempo ou no transito louco em que vivemos...Inerte a um canto fico atenta a qualquer movimento e as pessoas que passam...Uma hora se passa e nada...
Eu não queria ir embora e sentir a semana imensa e os meses seguintes intermináveis a espera da sua volta.
Fui embora na certeza que não virias...
No inconformismo voltei...
Fiquei a esperar, e mais uma hora se passou, agora tomada pela certeza que não vieste senti um nó na garganta e lágrimas desceram como uma cascata...Sufoquei minha dor e caminhei em passos lentos rumo a volta para casa...No coração apertado apenas um sentimento guardado...O inconformismo, de um rosto para mim ainda sem forma e a saudade que não foi matada...
Hoje, gostaria de dizer-te que não sinto mais nada por ti, mais parece que quanto mais tento me afastar mais aumentam os sentimentos.