Para Uma Mulher Incapaz

Para uma mulher incapaz

Mais um dia de uma vida desprezada, mais um dia sem os olhares femininos, passo pelas ruas e vejo caras, peitos, quadris e bundas, somente aguçam os instintos meus.

Hoje não vou rimar, quero chorar, mas com os efeitos dos remédios, nem isso posso levar a sério. Não pense você que estou depressivo, faz muito tempo que assim não me avisto, difícil para mim é sentar nesta cadeira, e descobrir que não me inspiro numa mulher faceira.

A rima começa, a rima é boa, muito tempo faz que não me sinto à toa, mesmo sendo desprezado e esquizofrênico, sei que posso ser um homem cênico.

Ponho minha máscara, ela contém um sorriso, gosto de usá-la como de sobre-aviso, não sou fácil,sou cruel, gosto de provocar o seu fel. Muitas olham e não entendem, quais os segredos que compreendem, ainda não consegui encontrar uma só, a qual eu não sentisse dó...

Eu gosto de provocar, eu gosto de atiçar, logo pergunto, me faço adulto, logo pergunto, logo presumo, que não gostais de jogos adultos. Ainda é cedo, eu sei, não tenho medo, mas quando te leio me frustro, pois ainda não vi o seu fruto. Fruto proibido, fruto descabido, fruto infantil, fruto pueril, como já disse a você, não quero sua cabeça fazer. Eu estou pronto para uma mulher acabada, não no sentido arrasada, a única coisa que espero, é um olhar sincero, sincero em dar, sincero em receber, mesmo que por pouco tempo haja de haver.

Minhas frases são o que para você? Elas ardem ou desencaminham, elas frustram ou te aninham, nesta tarde não vou mostrar, o homem delicado a se prostrar, quero a você me igualar, quero a você instigar, quem sabe numa tarde de inverno, quem sabe longe do inferno.

Você já dançou com o demônio sob a luz do luar? Um dia você vai poder esta resposta me dar, ó dança impura, ó dança madura, dentro de seu ventre ainda crua, a carne que não se expõe nua.

Com Vênus eu vi dançar, o demônio sob a luz do luar, até hoje já faz muito tempo, que não esqueço esse momento. Ela, tola me traiu, não precisava, será que não viu? Eu brincava generoso, com seu olhar curioso, quantas coisas fiz por aquela mulher, faz treze anos que ela não me quer, será que ela não viu o que partia de mim, uma liberação dos seus desejos, enfim...

Muitos homens eu podia te dar, bastava uma palavra, um olhar, eu brincava com sua libido, em nossos jogos proibidos, mas a tola não quis saber, logo me acusou sem saber, mesmo deixando o fogo rolar, ela não soube me perdoar, tinha um ciúme imaturo, que ainda hoje presumo, a consome sem dar paz, a uma mulher incapaz...

Saudades, Vinícius Caetano.

Vinicius Caetano
Enviado por Vinicius Caetano em 11/01/2007
Código do texto: T344036