Voam as gaivotas

A vida,

nem o tempo se desfaz.

Nem a chuva, nem sol brilha,

nada é feliz em mim.

Olha o sol,

veja, não há brilho

é uma ficção,

só o perdão entende.

O mundo está desfeito,

a guerra fez tudo isso.

Vejo o que é feliz

neste espaço azul,

apenas gaivotas.

O tempo se escoa lentamente,

o amor se foi, mas rapidamente.

O sol já brilha,

a noite se espaça dos poetas

que morreram de sede.

Olha, apenas pedras existem,

em cada esquina brilha uma vela,

em cada peito o fluxo da penumbra

encobre o real...

saudade, saudade, saudade.