DOCE INFANCIA

Virando as páginas da vida, faço aqui um passeio aos meus áureos tempos de criança e o que me vem na memória são lembranças quando brincávamos todos juntos. Era a maior curtição pegar carona nos carros de bois, tomar banho de chuva e correr pelas ruas de nossa bucólica cidade, brincávamos de casinha, e nos tratávamos de comadres e compadres, fazíamos espetáculos circenses, teatro e vesperal. Andávamos de bicicleta, brincávamos de amarelinha, e do carimba, mas também tomávamos banho de riacho, açude e olaria, subíamos nas arvores para colher os frutos, tínhamos disposição e saúde pois nenhum mal nos acometia.

Aos domingos passear na feira era como ir hoje ao shopping, pois a feira na praça do mercado público municipal era ponto de encontro e diversão, à noite o único cinema da cidade era outro ponto para encontrar

com os amigos, mas, tudo tinha hora marcada pra voltar pra casa. Nossos pais, poucos frequentaram escolas, mas nos ensinavam valores e tinham convicção de suas responsabilidades. Nossos pais trabalhavam e também cobravam nossas tarefas, que fazíamos sem reclamar. Na escola sabíamos que professor tinha que ser respeitado, pois nos era transmitido que a educação era o passaporte para galgarmos nossos caminhos futuros.

O tempo passa e deixa marcas, ajusta algumas falhas e até acerta as contas com alguns, e as lembranças vem impregnadas de saudades do que vivemos, do que fizemos, dos cheiros, das cores, dos sabores e das pessoas. Nossas vidas são especiais e, por isso mesmo, permanecem junto a nós, guardadas aqui dentro, sempre e para sempre, num eterno bailado de recordações vividas e sentidas, de uma doce infância.

FÁTIMA QUEIROZ
Enviado por FÁTIMA QUEIROZ em 15/12/2019
Reeditado em 11/02/2021
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