Divagando...Saudade vazia...
Hoje ao acordar, meu primeiro pensamento estava com meu querido Amigo, meu irmão de jornada redentora...
Uma tristeza infinita, dolorida me apertava o peito, pois àquele que um dia conheci, jovem, forte cheio de vida interpunha-se às minhas lembranças com a atual, repleta de angústia.
Choro,sim, sofro muito por vê-lo agora nesse grande sofrimento...
Oh! Meu Deus, como é difícil assistir o definhar de um coração amigo e muito querido...
Seus olhos já não espelham aquele brilho antigo, que me transmitia sua alegria pela vida, seus lábios onde sempre brincava um sorriso, não mais o encontro, mas sim um rito de amargura a expressar seu sofrimento interior...
Suas mãos, agora, frágeis, não mais apertam as minhas com calor, transmitindo o seu carinho, estão débeis, sem vida, como uma flor que começa a murchar...
Sim, é muito triste sentir sua entrega ao desânimo...mas, que digo eu, se a luz de sua vida, a cada dia se definha, levada, sorrateiramente, pela doença...
Eu queria ter o poder de recuperá-la, porém a mim nada mais cabe fazer, a não ser olhar em seus olhos tristes e cansados e transmitir lhe o imenso amor que me vai na alma e sorrir, um sorriso falso, buscando esconder minha dor e alegrar sua alma que aos poucos se esvai...
Esperança, onde você se esconde? Eu preciso muito de você, para agasalhar o coração desse querido Amigo.
Venha de onde estiver, por um instante apenas e juntas vamos aliviar, um pouco que seja, a dor desse amado irmãozinho...
Ah, sabe o que me veio à mente agora?
A lembrança de quando surgia em nosso caminhar uma mudança, destas que a vida nos traz de repente, como um ladrão, que surge meio à noite e nos rouba um grande bem, cantávamos juntos:
“Saudade, quanta saudade,
Do tempo em que eu não sabia,
Que esta palavra Saudade,
Infelizmente existia.”
E, hoje, ao relembrar o ontem, apenas posso chorar:
“Saudade, lâmpada acessa
No altar da recordação,
Onde a ternura e a tristeza
Rezam à mesma oração.”
Deus o abençoe!