Recluso pela poesia






Manhãs
sem nexos,
onde afogo meus complexos,
onde as nuvens se misturam
com eventos que tento,
programadamente dissolver,
partir,
distribuir,
fazer em partículas
que circundam pecados,
detalhes sem passados,
ilusórios instantes que o tempo,
que o tempo também dissolveu.
Tardes
que participam,
agitam,
lentamente devoradas
pelos pecados que tento,
que o tempo ilude
também tentando transformar em real.
Noites
sem princípio,
início,
trechos de poemas,
algemas,
ferragens que me prendem ao papel,
que o tempo lentamente
fervilha em semente
manchando a brancura da alma,
em mais uma saudade de você.