Buscas vãs


Procuro no fundo das suas coisas,
das minhas,
os erros, os pecados
que fizeram de nós
uma história,
uma derrota, uma vitória.
Procuro em cada coisa,
em algum momento,
talvez pelo pensamento,
uma razão de mim, de você,
nos desacertos que alimentei.
Apenas a vida responde
que estou aqui para colher,
desfrutar egoisticamente de tudo
sem dividir,
engolir,
tomar sem metades
desta solidão que nasce dia a dia,
sempre é nova, não envelhece;
é como se, de repente
amanhecesse, tudo é novo,
o amor, a incúria, a saudade,
são causas, mas as coisas...
são as mesmas;
onde mergulho para entendê-las
fugindo, as vezes, do conteúdo,
da pauta que escrevo;
sendo confuso, mas, absoluto na saudade.