Rebuscando


Só há silêncio
quem o fez nesta hora,
que parece não andar,
a falta de vento,
que se fez.
Quem calou o silêncio
Onde foram os ruídos,
as vozes que cercavam,
gritavam, faziam folia
Quem calou as vozes
pela noite, no dia!?
Onde estão os gemidos
que subiam das camas,
em êxtase aos prazeres
Quem os calou
para o fim da festa
Quem falou,
quebrou,
encobriu o silêncio
A vida se cala,
o espaço, apenas exala
silêncio calado,
fechado,
abusando do direito de ser,
de estar pousado nos galhos
quase inquebráveis da solidão,
que chove sobre o existir
tão vazio quanto a lua,
que discretamente, as vezes, espia
as mãos que procuram a sua,
com a mesma criação do Inventor...
Em silêncio, calado.