Parada





Foram flores, os ramos colhidos
ontem, pelas manhãs de verão.
Eram viçosas pelas palmas das mãos,
ao aperto que falava de amores.
Ontem, marcavam simbolismos
que se tornariam em saudade.
Hoje, na boca um gosto de gestos,
paisagem sombria de feto,
perda de criança não vinda,
altares em véus ao vento
e nos olhos, fonte de desalento.
Perdura o adeus perdido pelo espaço,
único traço,
mais um retalho de saudade,
que nem tanto amor de tantas,
se fez retido, se prendeu na lembrança.
Apenas lembrança, esquecida da espera,
que gira, gira sem saber que parou,
tremeu e foi fundo morar em meu peito.