Jardins                                            ( Imagem Google)


Escuro fundo de peito,
pelos abismos quase desfeitos,
quando a queda se fez potente,
pela hipótese já descrente,
das parábolas vendidas
nos arroios das lágrimas lançadas.
Das humildes cravinas repousadas
nas orlas malfadadas da cretinice,
apenas sobraram lampejos do que fomos,
nas curvas das ruas mal pisadas,
pelos tropeços que a luz ofusca.
Apenas... Somos,
gentis corruptos fracionados,
partidos pelos anseios vindouros,
jogos em lances explorados,
tombos em festas, maçanetas gastas pelo tempo.
Eis o repuxo de água vinda
pela saudade que gera giro,
que roda e faz retornos,
imagens sem contornos
nas cravinas que orlam toda uma vida.