Tantas foram



Eu queria pele de verão,
fogo de paixão,
gosto de sal,
brilho de sol pelos cabelos.
Quanto eu queria ao florescer das cravinas,
ciranda de meninas,
carretel de linha branca,
papagaio solto pelo ar.
Eu queria mesmo é te amar,
sem preconceitos,
onde fuga fosse para meu refúgio.
Quanto eu queria da vida;
manhãs com gosto de manhãs,
chuva com sabor de água boricada
e um supremo beijo da mulher amada.
Eu queria tanto das tantas coisas;
ventos pelo meu rosto,
face a face com tua criatividade,
braços nos abraços da saudade,
pecados em tua virtude.
Só não queria este desespero,
o inconfundível mergulho na solitude.
Mas, faça o que faço;
da vida um poema,
uma trama sem sexos,
onde afogo as bucólicas horas,
timidamente entregando os complexos.
Ah, vida de tantas vidas,
onde tantas coisas eu queria.