Lençóis


Os lençóis vazios, tão frios, lamentam
o calor de vida que antes havia.
Hoje, aguardam meu corpo sombrio
que flutua na penumbra,
rasteja e cai ao abandono.
São os abraços da angústia
nas asas do desamor,
no balanço de amargo sabor;
legado que uma ilusão deixou.
Mas, não volto a me querer,
nem ao menos tentar te amar.
Entrego-me ao lençóis frios,
na tentativa de esquecer
o desespero de tantas noites;
de um sonho já esquecido.