Bons tempos

Íamos para a escola a pé e às vezes com um monte de amigos, e íamos rindo e papeando. Não tínhamos bolsa família e nem vale gás. Não tinha google nem celular... As pesquisas de escola eram feitas em bibliotecas (usávamos a Barsa, Tesouro da Juventude, Delta Larousse; o Google da nossa época, escritas a mão (se estivesse igual como no livro, estávamos ferrados). Havia caderno de Para Casa, de Redação, História e Educação Moral e Cívica.

Na escola tinha o Gordo, o Leitão, 4 olho, a Branquela, o Neguinho, tinha Canela Fina, Anão, o Narigudo, a Olivia Palito, o Cabeção, a Sukita, Porco da Índia, Chiclete e por aí vai..

Eu era o Baixinho, e o primeiro da fila que era feita por or9dem de tamanho.

Todo mundo era zoado, às vezes até brigávamos e para iniciar tinha um terceiro a dizer: "Quem for mais homem cospe aqui primeiro", com a mão esticada e retirava quando se cuspia, mas logo estava tudo resolvido e seguia a amizade... era brincadeira e ninguém se queixava de Bullying.

Existia o valentão, mas também existia quem defendesse.

Tinha o dia do flúor, dia da vacina... Nossas férias começavam 1° de dezembro e retornávamos em (PASMEM) 1° de Março. Tinhamos férias de 1° a 31 de julho.

Toda a semana, antes de iniciar as aulas, cantávamos o hino nacional com a mão no peito e com orgulho, e ai de quem cantasse errado, cruzasse os braços ou aplaudisse após cantar o hino. Cantávamos também o hino da independência e hino a bandeira. Tinha o desfile de 7 de setembro e a gente sempre querendo ser destaque...

O famoso "ki suko" que com $0,10 centavos comprávamos e era o único pó que conhecíamos. Fazíamos 2 litros com um pacotinho e a língua ficava colorida por uns dois dias kkkkk... tinha também Pirulito e o chiclete Ping Pong ( Tuti Frut e Hortelã).

Época em que ser gordinho(a) era sinal de saúde e se fosse magro, tínhamos que tomar o Biotônico Fontoura. A frase "peraí mãe" era para ficar mais tempo brincando na rua e não no celular ou computador...

Colecionávamos figurinhas, papel de carta, boneca de papel, gibis (Cavaleiro Negro, Cavaleiro Fantasma, Tarzan...).

As brincadeiras eram saudáveis, brincávamos de bater em figurinhas (tapão) e não nas nossas professoras (a quem chamávamos de "Tia"), e quando ela chegava na classe, todos se levantavam e esperavam ela dizer "podem se assentar".

Jogávamos pelada descalços na rua, arrebentava o dedão, mas continuava jogando, nossa aventura era tocar campainha e sair correndo kkkkk... Pique Esconde, Queimada, Passar Anel, Pêra, Uva ou Macã, Namoricos, Pega-Pega, andar de bicicleta, Pular Corda, Elástico, Bolinha de Gude, Finca, Bente Altas . . ., todo mundo brincava junto e como era bom.

Bom não, era maravilhoso!

Que saudades dessa época em que a chuva tinha cheiro de terra molhada e provamos o gosto de tijolo.

Época em que nossa única dor era quando usávamos Merthiolate nos machucados e um comprimido de Melhoral resolvia tudo (Mehoral, Melhoral, é melhor e não faz mal).

Éramos felizes em comparação com esse mundo de hoje onde tudo se torna bullying ou preconceito.

Cheio de mimimi...

Nossos pais eram presentes, educação era em casa. Nada de chegar em casa com algo que não era nosso, desrespeitar alguém mais velho ou se meter em alguma encrenca (somente um olhar bastava), e lá vinha o famoso e terrível EM CASA A GENTE CONVERSA. Conforme a travessura a Vara de Marmelo comia... E tínhamos hora pra chegar em casa: entre 18 horas e 19 horas para tomar banho, com tolerância e NEM UM MINUTO A MAIS.

Tínhamos que levantar para os mais velhos sentarem, pedir benção a pais e tios (as), almoçávamos e jantávamos à mesa e a cabeceira era reservada para os pais.

E com todo respeito e educação.

Fico me perguntando, quando foi que tudo mudou e os valores se perderam e inverteram dessa forma?

_São valores que temos que resgatar._

_*Época boa demais!...

Obrigado senhor por ter me dado a oportunidade de vivê la.

Eber Emanoel
Enviado por Eber Emanoel em 04/12/2020
Reeditado em 04/12/2020
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