Tempestade de amor

Queria falar das chuvas que caem

Lá fora formando enxurradas

Mas meus olhos estão em lagrimas

Que molham meu rosto

Puro desgosto

E nem é mês de agosto

Perdi o gosto

De olhar as chuvas

Com visões turvas

Pensando em suas curvas

Em que minhas mãos acariciavam

Os desejos não saciavam

Queria falar das chuvas que caem

Molhando os campos e campinas

Chuvas finas, você corpo de menina.

Mas o olhar tenso, ainda eu penso.

Perdi o senso

Da distancia que nos separam

Os pingos das chuvas não param

Insistem em trazer recordações

Pois foi num dia igual a esse

Que a porta se abriu

E você saiu, desapareceu, sumiu

Queria falar das chuvas que caem

Dos respingos que molham

Meu pensar, meu viver, meu andar.

A brisa que molham minhas faces

Se a chuva acabasse

Se em ti eu não pensasse

Ainda assim não esqueceria

Seu nome chamaria

Para rimar o nosso amor

Não usaria o beija-flor

Nem o calor, ou o cheiro da flor.

Usaria a chuva de dezembro

Como tempestade de amor...

Ledemir Bertagnoli