"Os três arcanjos e Tobias" - pintura de Francesco Botticini (1446-1497)


A VOZ DO ANJO GUARDIÃO (*)


Todos os homens são médiuns; todos têm um Espírito que os dirige para o  bem, quando sabem escutá-lo. Agora que alguns comunicam diretamente  com ele por uma mediunidade particular, que outros não ouvem senão pela  voz do coração e da inteligência, pouco importa, não deixa de ser o seu  Espírito familiar que os aconselha.

Chama-o Espírito, razão, inteligência, é sempre uma voz que responde à  vossa alma e voz diz boas palavras; somente não as compreendeis sempre.  Nem todos sabem agir segundo os conselhos dessa razão, mas não essa  razão que se arrasta e rasteja antes que não caminhe, essa razão que se  perde no meio dos interesses materiais e grosseiros, mas essa razão que  eleva o homem acima de si mesmo, que o transporta para regiões  desconhecidas; chama sagrada que inspira o artista e o poeta, pensamento  divino que eleva o filósofo, impulso que arrebata os indivíduos e os povos,  razão que o vulgo não pode compreender, mas que aproxima o homem da  divindade, mais do que nenhuma outra criatura; entendimento que sabe  conduzí-lo do conhecido ao desconhecido, e fá-lo executar as coisas mais  sublimes.

Escutai, pois, essa voz do interior, esse bom gênio que vos fala sem cessar,  e chegareis progressivamente a ouvir o vosso anjo guardião que vos estende  as mãos do alto do céu.


CHANNING (Médium, senhorita Huet.)


(trecho extraído da página 32 da referência abaixo – Moacir et Selena).

REVISTA ESPÍRITA
Jornal de Estudos Psicológicos
4o ANO No 1 Janeiro 1861
publicação do Instituto de Difusão Espírita, 1993

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(*) doutrina dos Anjos Guardiães: Allan Kardec em “O Livro dos Espíritos”, IDE (1996) pág. 217