O HOMEM E SEU GURI

"Quando, seu moço, nasceu meu rebento

não era o momento dele rebentar

já foi nascendo com cara de fome

e eu não tinha nem nome pra lhe dar

como fui levando, não sei lhe explicar

fui assim levando ele a me levar..."

( O meu guri, Chico Buarque)

MAS O FINAL DA HISTÓRIA PODERÁ MUDAR, BASTA EU PARTICIPAR... (adi)

Rio de Janeiro, sol escaldante...quarta-feira de Deus.

Foi apenas por alguns instantes que o meu olhar cruzou com o do homem que corria com o seu guri nos braços, parecia que a criança dormia, apesar de ser uma hora da tarde, ambos gotejavam de suor. Ele aconchegou o bebê como se abraçasse a própria vida e ziguezagueou em frente aos carros que passavam. Meu olhar foi atraído por esse ser esquálido, negro, sujo, com cara de fome e desespero. Creio que há dias não se alimentava...Seu olhar cruzou com o meu, vi que os seus olhos estavam brilhando como quem havia chorado...o sinal estava fechado e pude me virar para vê-lo, tudo não passou de uns dois minutos, ele seguia com pressa, parte de sua camisa rota cobria o rosto da criança desnuda, de corpo brilhante, meu coração ficou pequenino...

O sinal abriu e eu segui pensando naquele moço... Me perguntei: - por que não abri o carro e fui atrás dele? O que me impediu de comprar um alimento e água para ele e sua criança? Seria a pressa para chegar ao trabalho? Seria o constrangimento de falar com ele? Será que precisaria vê-lo pedir ajuda para estender a minha mão? Não, faltou mesmo a tal iniciativa que Jesus sempre alertava em sua estada na terra... como exemplo: “Se teu irmão tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede; dá-lhe de beber; “Quem der um simples copo de água a um desses pequeninos , terá sua recompensa...”, “ se alguém te pedir a túnica, dá-lhe também a capa...”tantas palavras que o sábio mestre deixou para serem colocadas em prática... Jesus nos dá a aula de desapego. Antes de tudo, devemos lembrar que, sua vida é uma pregação eficaz. Nasceu pobre, viveu de forma simples, ficou sozinho quando precisou dos amigos, deixaram-no sem roupas e exposto à uma multidão, derramaram seu sangue, tiraram-lhe a vida... Veio ao mundo numa manjedoura, entre animais; não possuía nada, a carpintaria era de José, seu pai emprestado; a barca que saia a pregar pertencia a Pedro; a cruz voltou aos algozes após o suplício; as vestes e os bálsamos usados no seu sepultamento foram doados; a sepultura emprestada...( E tem gente por aí ainda apegada a tanta coisa...)

Tudo isso passou por meu pensamento e me corroeu a alma, tenho feito muito pouco, pedi a Deus despertamento para ajudar os menos favorecidos, com certeza, o mínimo que eu fizer, fará diferença.

E, como falou Jesus “Em verdade eu vos declaro: Todas as vezes que fizeste isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizeste”.

Poder realizar algo para Cristo é mais que prazer, já que recebemos tanto Dele! Portanto, convido aos amigos para o despertar da Caridade ao próximo, seja Ele quem for, afinal, muitos receberam anjos em forma de humanos e continuam a receber, mesmo sem saber, é só fazer o bem sem olhar a quem.

Aquele homem e seu guri de forma impactante me fizeram ver que nada sou sem amar o meu irmão, que o momento de fazer algo é hoje...AGORA!