À MINHA IMAGEM E SEMELHANÇA...

A mãe engravida.... Deus dá a vida. A mãe dá a luz... Deus é a luz da vida. A criança nascendo... É Deus renascendo. A criança chorando... É Deus sorrindo. A criança sorrindo... É Deus gargalhando.

A criança procura o seio da mãe. É Deus ensinando a lutar pela vida. A criança engatinha, mas, Deus sabe... Alguém a ensinará a ajoelhar.

A criança tenta dar os primeiros passos, mas cai. È Deus ensinando que existirão tropeços. A criança, ainda no chão, eleva o olhar para a mãe. É Deus ensinando que num plano mais alto temos uma Mãe a nos amparar.

A criança ainda chora assustada pela queda. É Deus ensinando que a vida também é feita de lágrimas. A criança passa a pequena mãozinha no rostinho molhado. É Deus ensinando que é preciso “dar a volta por cima”.

E a criança cresce, torna-se homem, torna-se mulher... E segue seus dons..

O poeta escreve. Mas, se humilde, sabe que está apenas passando para o papel, em forma de palavras, rimas e versos, o que Deus compôs.

O cientista descobre o que Deus escondeu, por um determinado tempo, para o próprio crescimento do homem.

O lavrador planta, ou melhor... Pensa plantar. Mas, apenas coloca a semente sob a terra, pois o alimento, por obra divina, já estava pronto. É Deus permitindo que do seio da terra, mais uma vez, renasça uma de suas obras.

Os engenheiros, os construtores e pedreiros, dia a dia, pensam construir uma obra. Mas quando terminam, dizem, até mesmo sem pensar: Graças a Deus!

Os pássaros voam... Os homens também. Deus deu aos pássaros os sonhos das asas, e aos homens as asas do sonho.

Os pássaros voam sobre as campinas verdejantes, sobre montes e riachos. Voam sobre as arvores. Voam sobre as ruas e avenidas das pequenas e grandes cidades. Mas, ao pousarem sobre os galhos das arvores, sobre os fios, ou postes de luz das cidades, abrem seus bicos num lindo cantar, como que agradecidos por tudo que contemplaram.

Quanto ao homem, felizmente com preciosas exceções, infla-se, ao contemplar aquilo que chama de sua obra. Mas esquece que pode estourar, como verdadeira bexiga humana, com os próprios espinhos que traz em seu coração.

Deus, em sua infinita bondade, permite aos homens, sem exceções, aos bons e aos não tão bons, passarem a tesoura na faixa inaugural de mais uma obra, por Ele construída.

Mas, como tudo nesta terra tem um fim, um dia o coração deixará de bater, as pálpebras fechar-se-ão para se abrirem à verdadeira luz.

São tantas as possibilidades de diálogos na recepção que nos será dada pelo anfitrião na Festa Eterna. Mas, estou a imaginar, Ele, colocando as mãos sobre nossos ombros e dizendo:

- Meu filho. Seja bem vindo. Mas antes, volte seu olhar para aquele planeta azul, muito menor que um grão de areia, diante da imensidão do meu reino. Lá, uma mulher ouviu de um de meus anjos: “Ave Maria, cheia de graça. O Senhor é convosco. Bendita, sois vós, entre as mulheres”. Ao qual, ela respondeu: “Faça-se, em mim, segundo a Vossa palavra”. E fazendo-se minha serva, deu à luz ao maior de todos. Este, como escritor, com poucas palavras, escreveu a maior de todas as crônicas, dizendo: “Eu Sou o caminho, a Verdade e a Vida”. Como poeta, declamou o mais belo de todos os poemas... “O Sermão da Montanha”. Apesar de Divino, se fez homem e ensinou a mais bela de todas as orações: “A oração do Pai-Nosso”. Como cientista, transformou a água em vinho. Como médico, usando apenas saliva e terra, fez o cego enxergar. Como lavrador, plantou nos corações a mais bela de todas as sementes... A semente do amor.

E finalmente, usando apenas dois troncos de madeira e três pregos, construiu a mais bela das edificações, fazendo-te chegar á mim.

- Mas... Vamos entrando Meu Filho! Certamente, naquele planeta azul, você leu alguma passagem que dizia: “ Na casa de meu Pai, há muitas moradas”

E nós, certamente inebriados por tanta luz e bondade, e talvez constrangidos pelos erros acumulados no planeta azul, tentaremos interromper:

-Mas, Senhor...

E, Ele, colocando os dedos sobre nossos lábios, certamente nos dirá:

- Meu Filho! Eu te conheço, Eu te gerei... Foi para este reino que te fiz à minha imagem e semelhança.

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 04/04/2009
Reeditado em 28/02/2010
Código do texto: T1522035
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