“Amigos Recantistas, aproveitando a ocasião da Semana Santa, vos convido para meditarmos as Sete Dores que Maria Santíssima sentiu dentro dos mistérios da Sagrada Paixão e Morte de Vosso Amado Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo.”
 
AS SETE DORES DE MARIA SANTÍSSIMA (Terceira Dor)
 
A Perda do Menino Jesus no Templo  
 
Meditemos na Terceira Dor de Maria Santíssima...
 
No tempo da páscoa dos Judeus, estava Maria com José e Seu amado Filho em Jerusalém. Ao retornar à Sua pobre casa, perdeu o Menino e por três dias contínuos chorou a perda de Seu maior bem.
 
Qual seria a Dor do Coração de Maria quando durante três dias andou buscando o Seu Divino Filho, perdido no templo. Dizia a aflita Mãe: “minhas lágrimas me serviram de pão dia e noite desde que estão me dizendo continuamente: onde está teu Deus?”
 
O que nasce cego pouco sente ao ver-se privado da luz do dia, porém é muito duro ver-se privado dela para aquele que dela gozou algum tempo. Da mesma forma, aquelas infelizes almas, que cegas com a lama desta terra pouco conhecem a Deus, pouco sentirão a pena de se verem separadas Dele. Ao contrário, aquele que iluminado pela luz celestial, teve a dita de gozar mediante o amor a doce presença do sumo bem; dói muito quando se ver privado dela.
 
Quão doloroso para Maria gozar da divina presença de Seu adorado Filho e ver-se privada desta presença. Há quem diga que esta Dor de Maria foi a mais cruel de quantas sentiu, e não sem fundamento. Com efeito, de que nas outras Dores tinha consigo a Jesus, porém nesta, padeceu Maria longe de Jesus, sem nem ao menos saber onde Seu amado Filho se encontrava.
 
Nas outras Dores Ela compreendia as disposições da Divina Vontade, que tinha por fim a redenção do mundo; mas nesta não descobria o motivo da ausência de Seu Filho. Desconsolada chorava a ausência de Seu Jesus.
 
Por Sua humildade levava-se a crer que era indigna de estar na Sua companhia, para servir e cuidar de um tão grande tesouro. Pensava Maria: “Será que não o servia como devia?” Para uma alma amante de Deus não há pena maior que o temor de tê-lo desgostado.
 
Por isso Maria, que em nenhuma outra dor o fez, não pôde deixar de queixar-se nesta, amorosamente, a Jesus dizendo, logo que o encontrou no templo dialogando com os doutores das leis: “Meu Filho por que nos tratastes assim? Olha que teu pai e eu cheios de aflição te vínhamos buscando.”
 
E tu, alma devota, que em outro tempo gozavas a presença de Deus e agora te vês desolada, não sentindo já esta presença, consola-te vendo a Dor desta Dolorosa Mãe. Chora, mas chora em paz como Maria chorou a ausência de Seu Filho. Nem por isso temas ter perdido a Divina Graça. O Senhor talvez se te esconda, para que com maior amor e desejo o procures.

 
Importante:
Os textos sobre as Dores de Maria Santíssima foram inspirados através de leitura feita em um livro ao devoto de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, bem como, leituras bíblicas. Com base na história, os textos foram elaborados, ressaltando alguns pontos fundamentais para o entendimento dos mistérios das Dores de Maria Santíssima.
 
Obs.: O próximo texto é uma reflexão sobre o Domingo de Ramos, após segue as Sete Dores de Maria Santíssima.