SER FELIZ NÃO É TÃO SIMPLES MAS É COMPENSADOR!

Outrora nos meus delírios de autoadoração, porque queria que o meio social em que vivia viesse prontamente reconhecer a minha fantasiosa grandeza. Queria de qualquer maneira, gratuitamente, obter nota dez em tudo, sem estudar, apenas simulando ser um grande estudioso. Como ninguém jamais conseguiu tal façanha, em consequência da maneira deformada como percebia, acabei fugindo do confronto leal.

No momento que fui obrigado a achar meu espaço nos meios profissionais, ou em qualquer outro meio, fui exigindo o reconhecimento de qualidades que só existiam nas minhas próprias fantasias. Faltando-me aquela indispensável dose de autocrítica por causa das minhas incabidas fantasias; foi-me menos doloroso reagir com a seguinte expressão: fulano só me critica por que ele morre de inveja de mim. Alimentei por tanto a torturante obsessão de que era vítima constante da implacável perseguição dos invejosos.

Na condição de egocêntrico o mundo teria que ser apenas a minha grande plateia, obrigada a aplaudir sem questionamentos meus delírios de fama e glória. Evidentemente que com isso decretei meu fracasso no mundo real do mercado de trabalho. De um momento para o outro, e somente porque já estava cansado de tanto sofrer, tentei me situar dentro do grande universo, fui devagarzinho percebendo que a natureza era boa, que o ar que respiro era de graça, que a água matava a minha sede, que a terra produzia alimentos que matava a minha fome. Que havia uma cozinheira que fazia a comida que eu comia, uma costureira que fazia a roupa que eu vestia, um sapateiro que fazia o sapato que eu calço. Aí veio um sentimento salvador: Qual está sendo a minha retribuição! Aí passei a encarar o mundo sob uma outra perspectiva. Hoje conhecendo o mundo um pouco mais, através do estudo sério, metódico e disciplinado percebi que eu havia saído de uma postura reativa e atingido uma postura pró ativa, havia me libertado de muitas das minhas amarras interiores. Hoje estou crescendo dia-a-dia um pouco mais.

Esta página foi escrita num momento de intensa felicidade, em 20 de agosto de 2001. Durante um turbilhão de sentimentos positivos.