LITURGIA DA PALAVRA (Missa do próximo domingo dia 30 Agosto 2009

LEITURAS QUE SERÃO PROFERIDAS NO MUNDO TODO NAS CELEBRAÇÕES DAS SANTAS MISSAS NO PRÓXIMO DIA 30/08/209

FONTE: www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Irmãos e irmãs, hoje comemoramos o Dia Nacional do(a) Catequista. No “Ano Nacional da Catequese” e ainda no contexto do mês vocacional, esta comemoração tem um significado especial, pois recorda tantas mulheres e homens que se dedicam à formação catequética em nossas comunidades. Também convém lembrar a festa da “Dedicação da nossa Catedral Metropolitana”, no próximo sábado, dia 5 de setembro. A igreja Catedral é a “mãe” de todas as igrejas da Arquidiocese. Cheios de júbilo iniciemos a nossa celebração.

Jesus é a Palavra de Deus, que condensa todos os mandamentos divinos. Não podemos trocá-lo por tradições humanas. Meditemos nas leituras de hoje.

PRIMEIRA LEITURA (Dt 4,1-2.6-8)

Leitura do Livro do Deuteronômio

1 Moisés falou ao povo, dizendo: “Agora, Israel, ouve as leis e os

decretos que eu vos ensino a cumprir, para que, fazendo-o, vivais

e entreis na posse da terra prometida pelo Senhor Deus de vossos

pais.

2 Nada acrescenteis, nada tireis, à palavra que vos digo,

mas guardai os mandamentos do Senhor vosso Deus

que vos prescrevo.

6 Vós os guardareis, pois, e os poreis em prática,

porque neles está vossa sabedoria e inteligência perante os povos,

para que, ouvindo todas estas leis, digam: ‘Na verdade, é sábia e

inteligente esta grande nação!’

7 Pois, qual é a grande nação cujos deuses lhe são tão próximos

como o Senhor nosso Deus, sempre que o invocamos?

8 E que nação haverá tão grande que tenha leis e decretos tão

justos como esta lei que hoje vos ponho diante dos olhos?”

– Palavra do Senhor.

T. Graças a Deus.

SEGUNDA LEITURA (Tg 1,17-18.21b-22.27)

Leitura da Carta de São Tiago

Irmãos bem-amados:

17 Todo dom precioso e toda dádiva perfeita vêm do alto;

descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem

sombra de variação.

18 De livre vontade ele nos gerou, pela Palavra da verdade,

a fim de sermos como que as primícias de suas criaturas.

21 o Recebei com humildade a Palavra que em vós foi implantada,

e que é capaz de salvar as vossas almas.

22 Todavia, sede praticantes da Palavra e não meros ouvintes,

enganando-vos a vós mesmos.

27 Com efeito, a religião pura e sem mancha diante de Deus

Pai é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações

e não se deixar contaminar pelo mundo.

- Palavra do Senhor.

T. Graças a Deus.

ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO

(= à faixa 10, CD “Liturgia VI”)

Aleluia, Aleluia, * Aleluia, Aleluia! (bis)

Teu caminho, ó Senhor, * teu caminho me alumia, * e por uma estrada reta * me conduz, Senhor, e guia!

EVANGELHO (Mc 7,1-8.14-15.21-23)

P. O Senhor esteja convosco.

T. Ele está no meio de nós.

P.Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.

T. Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo,

1 os fariseus e alguns mestres da lei vieram de Jerusalém e se

reuniram em torno de Jesus.

2 Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as

mãos impuras, isto é, sem as terem lavado.

3 Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois

de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos

antigos.

4 Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho.

E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição:

a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre.

5 Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus:

“Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos,

mas comem o pão sem lavar as mãos?”

6 Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito,

hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os

lábios, mas seu coração está longe de mim.

7 De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas

que ensinam são preceitos humanos’.

8 Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a

tradição dos homens”.

14 Em seguida, Jesus chamou a multidão para perto de si e disse:

“Escutai todos e compreendei:

15 o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo

de fora, mas o que sai do seu interior.

21 Pois é de dentro do coração humano que saem as más

intenções, imoralidades, roubos, assassínios,

22 adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes,

devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo.

23 Todas estas coisas más saem de dentro, e são elas que

tornam impuro o homem”.

– Palavra da salvação.

T. Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIO

Mais uma vez, nos reunimos para meditar a mensagem de vida do evangelho. Hoje, Jesus se encontra rodeado pelos fariseus, mestres da lei e seus discípulos.

Jesus aproveitou esse encontro para apresentar as características da verdadeira religião. Mostra como é enganosa a prática da religião que se preocupa tão somente com leis e normas e que não leva em conta o amor.

O fariseu se ilude. Não come sem tomar banho, e não manipula nenhum alimento sem lavar, muito bem, suas mãos. Julga-se perfeito, porque não se desvia um milímetro sequer das diretrizes, mas é hipócrita, cheio de vaidades e de interesses pessoais.

A higiene não pode ser negligenciada, ela é fundamental para a preservação da saúde do corpo. Porém, Jesus lembra que é preciso preocupar-se também, com a saúde do espírito. De nada vale tanta purificação externa sem a menor preocupação com o interior.

Jesus tinha conhecimento da importância da higiene pessoal, afinal nasceu, foi criado e educado em meio àquele povo. Conhecia bem sua cultura, por isso, não vamos levar ao pé da letra as colocações deste evangelho. Comer, sem lavar as mãos não deve ser confundido com, comer com as mãos imundas.

Provavelmente não tinham como lavá-las no local onde se encontravam, mas certamente, suas mãos não deviam estar tão sujas como sugere o texto. Como se diz, devem ter passado somente uma "agüinha" nas mãos, e isso escandaliza os fariseus, preocupados com a tradição e acostumados a seguirem um complicado ritual antes de comer.

O ritual de purificação não se limitava ao corpo. Os copos, jarros e pratos também eram rigorosamente limpos. Na verdade, toda preocupação com a limpeza tinha um único motivo; acreditavam que lavando as mãos ou tomando banho, ficariam limpos, moralmente, do mundo pecador por onde haviam passado.

Em linguagem científica, podemos dizer que praticavam "assepsia religiosa".

Acreditavam que agindo assim, nunca seriam contaminados, sentiam-se imunes aos germes do pecado. Limpos, livres dos pecados, sentiam-se como seres superiores; os escolhidos por Deus.

Que bom seria se fosse assim tão fácil livrar-se dos pecados. Já pensou? Com a tecnologia atual existente, com produtos de limpeza cada vez mais eficazes, com água quente nas torneiras e com banheiras ultra-modernas... o paraíso estaria garantido para todos que têm acesso à essas mordomias. Só mesmo os favelados; só os da periferia, que não dispõem desses recursos, é que iriam para o inferno.

Triste é saber que muitos ainda vêm a religião dessa forma. Seguem a lei com rigor e severidade, não entram no templo com roupa surrada, mas olham o irmão com descaso e maldade. Tomam longos banhos de imersão, usam cosméticos e o caríssimo perfume francês, mas não querem nem saber dos milhares de pobres e maltrapilhos que os rodeiam.

Realmente, Jesus tem toda razão, o que nos torna impuros não é o que entra, mas sim o que sai de lá de dentro. Quantas vezes nos preocupamos tanto com a limpeza das mãos que nos esquecemos de limpar, de alvejar, de purificar... o coração.

jorgelorente@ig.com.br – 30/agosto/2009

Antônio Oliveira
Enviado por Antônio Oliveira em 24/08/2009
Reeditado em 24/08/2009
Código do texto: T1771268