O ABORTO É UM CRIME SEM PERDÃO?

Resposta do Padre Cido Pereira à uma ouvinte do seu programa na rádio 9 de julho AM 1600 Kz "Bom dia povo de Deus" transmitido todos os dias da 10 às 12 horas.

A Maria Cândida, do bairro da Penha, São Paulo (SP), ouviu um padre dizer que a pessoa que faz aborto é considerada assassina, e Deus não perdoa. “É verdade?”, pergunta ela.

Maria Cândida, há certas verdades que precisam ser pregadas com clareza, firmeza, mas também com caridade.

O aborto é um atentado contra a vida? Claro que é! Você impede que o milagre da vida aconteça, destrói uma vida que já começou.

E o mandamento de Deus expresso na Bíblia é muito claro:

“Não matarás!” Por isso, o pecado do aborto é muito grave. Em todos os momentos, temos que repetir isso incessantemente, porque nunca como agora, há gente interessada na legalização do aborto.

Nós temos que ter muito amor e carinho no coração; muita sensibilidade, muito respeito, e não sair por aí chamando de assassina uma mulher que praticou o aborto.

A ignorância, o medo, a pressão da família, a falta de formação religiosa e tantas outras coisas, muitas vezes, influem na decisão de abortar. E digo mais ainda: não é, nem pode ser verdadeiro filho do Deus de amor quem afirma que Deus não perdoa.

Por maior que seja o nosso pecado, Deus sempre nos perdoa.

A Igreja, em nome do Senhor, pode dar um tempo para a pessoa ser reconciliada com Deus, pode fazer essa ou aquela exigência. Pode definir que a absolvição de certos pecados é reservada ao papa e aos bispos. Nunca, porém, negará o perdão a quem, verdadeiramente arrependido, deseja reconciliar-se com Deus e reparar o mal que praticou.

Sabe o que é preciso, Maria Cândida? É preciso evangelizar as pessoas, anunciando a elas o Evangelho.

É preciso conscientizá-las para que dêem valor à vida e saibam dizer não ao desrespeito à concepção.

É preciso dizer que há valores fundamentais que se sobrepõem ao prazer sem responsabilidade, ao sexo sem um compromisso sério de amor.

É preciso investir na cultura da vida e não da morte.

É sempre bom lembrar a prática de Jesus, muitas vezes tão esquecida, quando disse àquela pecadora pega em flagrante, e que legalmente poderia ser apedrejada e morta: “Eu não te condeno; vá embora”. Mas com uma condição: “Não peques mais!”

A mulher que, forçada ou espontaneamente, praticou o aborto, feriu de morte a vida que estava em seu próprio seio, ferindo a si mesma tanto, tanto que: mais do que acusação e condenação, ela merece ajuda.

Antônio Oliveira
Enviado por Antônio Oliveira em 11/10/2009
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