"Confissão da Alma"

Em meio a tantos problemas; sociais, familiar, não me restou outra conseqüência a não ser a perda da minha lucidez. Em momentos de dor no fundo da alma, o corpo já debilitado eu sai de casa sem nenhuma crença nem rumo a seguir, Deus, eu já não sentia mais em meu coração, não mais o venerava, só o culpava por minhas desgraças. Em plena avenida entre roncos de motores de automóveis, buzinas, semáforos, faixas no asfalto perdi totalmente minha consciência e, em solo quente devido o calor do sol escaldante, vim a desfalecer! Foi nesse momento que me vi em uma longa estrada, que de tão longa se perdia da vista o seu final. Comecei a caminhar naquela deserta estrada aonde só se ouvia os cantos dos pássaros e o uivo dos ventos sobre a relva rasteira a beira estrada. Num determinado lugar havia uma roxa e dela vertia a nascente de um ribeiro, cuja água era cristal, próximo dali um Homem estava sentado numa pedra e, em uma de suas mãos segurava um pássaro ferido, ao me aproximar daquele ancião de cabelos alvos, semblante sereno e uma voz grossa, porem calma! Perguntei-lhe, onde estou? Ele calmamente disse; estas comigo, sem dizer mais nada me tomou uma das mãos calejadas e juntos começamos a caminhar naquela longa estrada, em sua mão esquerda segurava o pássaro ferido e, na direita, segurava minhas mãos. Como num sonho tudo que eu falava ele compreendia, coisas que nenhum mortal conseguia me compreender, todas as minhas magoas, dores, meus lamentos de pobre incompreendido na sociedade. Num momento ele me fitou com um olhar sereno passando-me confiança e acalento na alma que antes perturbada. E disse-me; ouvi todo seu lamento, sua impaciência e seu clamor mesmo com o coração descrente, mesmo inconsciente tu me suplicava o acalento para sua alma. E me pediu para curar suas feridas e cuidar de seus filhos e de sua amada esposa que tanto sofre em tentar compreender-te, por isso aqui estou; não me culpe por seus fracassos, nem pelas portas que se fecham diante de ti, quando não encontrar paz, fale comigo porque eu sou o teu socorro. Foi então que lhe perguntei; como posso falar contigo? Feche os olhos, pois o único olho que me vê e o da alma, ao fim da estrada chegam, e lhe perguntei; e agora que caminho deverá tomar? O fim desta estrada chegou, com olhar sereno novamente me fitou e disse; quando não vir caminho diante de ti, me clama com fé vinda da alma e um novo caminho surgira, porque não tem caminhos fechado para quem me guarda no intimo do coração, neste momento ele soltou minhas mãos, caminhou alguns metros, virou em minha direção e soltou o pássaro que antes estava ferido, que voou rumo as nuvens, e lentamente o ancião se desfazia diante dos meus olhos, neste momento começo a ouvir vozes como se estivessem longe. Ouvi quando um Homem dizia, ele esta voltando, chamem os médicos, em minha volta aviam enfermeiros e médicos dentro de um quarto branco. Em minha mão sentia um toque suave, era minha esposa com os olhos rasos de lagrimas me pedindo perdão confessando seu amor ao dizer que nossos filhos querem o pai, deste dia em diante eu tenho buscado todas as minhas respostas naquele que me fortalece, e que me ensinou a enxergar com os olhos da alma.

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 15/01/2010
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