QUAL deus É DEUS? 4

O Plano da Salvação é parte do Plano da Criação do Universo.

Deus, o único ser Criador, criando planetas e criaturas, - Apocalipse 22:13 -, muitos à Sua imagem e semelhança. A exemplo do homem, inteligentes como o próprio Deus, pois são formados à Sua semelhança. Gênesis 1:26. Deus, um ser amoroso, por isto Criador, gosta de conviver com suas criaturas. Os cria também em grande quantidade, pois se alegra em muitos. Números 14:26 a 30. Alegra-se também em vê-lo gratos. Não deseja que a gratidão se dê como a do cachorro, mas em nível de constatação racional, percepção inteligente de que Ele os criou porque é bom. Apocalipse 15, 3 e 4. Deus, ama ver as vidas de Suas criaturas prosperando, então sustenta-as e enche de coisas boas. Tudo o que um coração amoroso cogita dar a um filho muito amado. I Reis 4: 29 a 30.

Deus não cria Seus semelhantes sem capacidade intelectual, pois sabe que assim sendo jamais teriam consciência de Sua grandeza.

Todas as coisas no universo correm perfeitamente. Deus mesmo as governa. Os milhões de sóis em suas galáxias são perfeitamente guiados pelas habilidosas palavras desse ser meticuloso e organizador. Cada coração responde prontamente aos Seus estímulos e não se desvia do ritmo, nem mesmo erra o compasso.

Ele cria leis que, por si, encarregam-se de manter as coisas nos eixos. Ele mesmo as obedece. Não que esteja sujeito a elas, mas sujeita-se para dar o exemplo. Gênesis 2:1 a 3. Essas leis são a batida precisa do relógio universal, que marca o momento exato de cada função. Qualquer desvio no funcionamento dessa sofisticação desencadeia desequilíbrio, pois todas as coisas estão interligadas. As Leis fazem que o sincronismo entre os trabalhos universais resulte em harmonia e precisão. A lei é como a máquina programada através de engrenagens: se um mínimo fragmento se interpõe, a máquina pára, sofrendo danos, que não limitam-se a ela, mas distribuem-se pelo sistema da industria a qual a máquina serve.

No todo universal é necessário que os seres inteligentes cumpram todos os itens da Lei organizacional do complexo para que vejam como seu cumprimento gera harmonia. Romanos 17:12. Assim sendo, entendem por seu próprio julgar que tal Lei é necessária e fundamental, pois sua aplicação traz a todos resultados benéficos.

Pense: Se as leis da natureza fossem respeitadas, não haveria o desequilíbrio ecológico que hoje presenciamos; se as leis da convivência fossem respeitadas, os homens não se matariam, não roubariam uns aos outros, não permitiriam que uns passassem fome, etc. Gênesis 6:5 e 13.

O que percebemos é que todo tipo de organização requer naturalmente leis que as gerenciem. Quem não respeita as leis de sua organização condena-a ao fracasso. Se alguém decidisse isolar-se numa ilha onde somente houvesse lugar para ele e um coqueiro, que lhe daria alimento e sombra, além de água potável, aí já se fariam necessárias leis para o convívio entre esse indivíduo e a árvore, para que não a destrua e fique sem seus víveres, morrendo também.

Então o benevolente Criador, enquanto criava Seus mundos, imaginava os seres desses planetas vivendo em harmonia e desfrutando dos benefícios de tal convivência. Ele os enchia de dádivas e eles desfrutavam de Sua infinita bondade. Comentavam entre si das conveniências em se obedecer às Leis do Universo, criadas por Deus. Reconheciam inteligentemente os benefícios da correta aplicação dessas Leis e pela organização e perfeição da vida e da convivência lhE eram gratos.

Todavia, refletindo sobre a variada imaginação que permite produzir-se na mente livre de Suas criaturas, Deus dá-se conta de que, em meio a tantas sentenças, cedo ou tarde alguém poderia contestar suas Leis, pensando em como seria se as coisas fossem diferentes; talvez questionando Seu método de organização, imaginando que leis menos rigorosas poderiam produzir o mesmo resultado. Não que as leis de Deus sejam rigorosas, elas são essenciais.

É certo que Deus sabe explicar e convencer qualquer pessoa da perfeição e necessidade de Suas Leis, mas conseguiria apagar o questionamento da mente de um ser livre sem lhe permitir uma experimentação científica completa, ou sem ter que lançar mão da arbitrariedade e força? No casso, se usasse de intolerância já estaria dando viva demonstração de que o ser questionador não era livre, portanto ninguém era.

Entendeu que Sua justiça somente se mostraria clara se ao questionador fosse permitindo fazer sua própria experiência, assumindo também os riscos. Todavia, Deus sabia que os possíveis efeitos colaterais da uma experimentação não estariam restritos ao experimentador e que, se desencadeassem, jamais se restringiriam a um espaço qualquer, sendo que o Universo seria o laboratório e nele nenhum elemento está isolado.

Quantas pessoas você já viu questionado os métodos dos governantes, dos líderes de sua comunidade, clube ou igreja. Se um ser inteligente questionasse os métodos de Deus, pondo em dúvida o Seu amor, sob suspeita, esse Deus seria a pessoa mais indicada para convencê-lo do contrário? E se esse ser questionador estivesse imbuído de falsidade ideológica, de intenção de imputar a Deus qualquer crime, querendo atrair a si simpatia? Seria possível mudar seu pensamento? – Números 16. E se as idéias de insatisfação se disseminassem pelo Universo, resultando em rebelião, pondo em risco a organização, como se faria para anular-lhes os efeitos mortíferos?

Deus previu alguém pelos céus em campanha para denegrir-lhe a imagem com o propósito de atrair simpatia a si. O pretexto seria a Lei regente do Universo. O argumento seria o de que Deus tinha criado Leis de extremo rígor, que somente a Ele é possível cumprir, com a intenção de proporcionar-se vez de punir quem por primeiro as transgredisse, externando então Seu caráter perverso.

Tal denúncia muito chocaria os seres inteligentes que, com certeza, tomariam posição contra esse Deus perverso. A rebelião se feria iminente e a anarquia seria fatal. Deus precisaria intervir com a força, o que mancharia com justiça Sua reputação, aguçando ainda mais a revolta. Destruindo assim os rebeldes, a marca da opressão ficaria estampada – Números 14: 11, 12, 13, 14 e 15, a controvérsia figuraria inexplicada e insolúvel, aguçando questionamentos eternamente, suscitando revolta a qualquer instante e lugar.

Se chegasse a esse ponto, Deus não teria alternativa, a não ser destruir todo ser inteligente, pois em toda mente ficaria instalada lembrança grande ou pequena da rebelião, associada a solução arbitrária. Toda lembrança teria que ser destruída. Queima total de arquivo. Sendo assim, Deus teria a opção de criar tudo e todos novamente; pessoas sem qualquer recordação da rebelião e a solução extrema a ela dada. Entretanto, ainda assim as idéias de rebelião poderiam surgir na mente de qualquer um desses novos seres pensantes livres. Para eliminar esse risco por completo, a Deus restava duas vias: criar somente seres sem inteligência, o que não lhe interessava, ou criar o Plano da Salvação e pô-lo em prática.

É certo que Deus jamais considerou a alternativa de solucionar controvérsias eliminando contraventores e nem considerou a hipótese de criar somente seres sem inteligência. Ele ama demais suas criaturas para destrui-las. É certo que por Seu querer não destruiria uma sequer. Ele poderia criar um outro de qualquer um de nós, mas jamais solucionaria o problema por este meio. Preferiu recuperar-nos, pois para Ele, ao contrário de como a sociedade trata seus membros, todo indivíduo é indiscartável. Ele o ama o quer como já é.

De mais a mais, Ele não criaria seres semelhantes a si sem inteligência, pois não seriam mais que macacos, cavalos, papagaios, etc.. O grande amor de Deus não reconheceria a si em irracionais. Um ser que tivesse a imagem física de Deus, sem Sua inteligência, seria um Homem com comportamento imbecil e Deus é refinado e nos fez assim. Se Deus ama os seres humanos é justamente por identificar-se neles, como nos identificamos em nossos filhos. Ao mesmo tempo fascina a Deus as diferenças de cada um de nós, o que se dá por termos raciocínio e produzirmos idéias diferentes, sendo livres para escolher, determinando os tipos diversos, cores e personalidades variadas. Ele ama ver-nos sorrindo e tem a cada um por único, embora sejamos milhões.

Portanto, não amaria como a Si mesmo a seres programados, manipulados e prisioneiros, incapazes de reconhecer a diferença entre o Criador e o acaso. Se os seres com a aparência de Deus não tivessem inteligência, não haveria quem concordasse que a Criação é perfeita, pois, sendo o homem inteligente muitas vezes ainda não reconhece a autoria de Deus no Universo.

Quem desses seres imbecis se aproximaria de Deus para louvar-lhe a inteligência e o amor, demonstrando-lhe gratidão por terem sido criados e não permanecerem na inexistência? Se os seres criados não pudessem demonstrar afeto a Deus, que razão Ele teria para criá-los, se continuaria só no Universo?

Justamente porque não gosta ser só é que Ele cria seres inteligentes, deixando-os livres para exercer a inteligência. Por isto achou mais conveniente encarar a possibilidade de contradição, criando um plano para eliminar seus riscos definitivamente. Apostou na capacidade dos seres inteligentes em julgar entre o bem e o mal, fazendo distinção coerente.

Wilson do Amaral Escritor
Enviado por Wilson do Amaral Escritor em 07/08/2006
Reeditado em 14/08/2006
Código do texto: T211120