JESUS JAMAIS TRANSGREDIU O SÁBADO

Em atenção ao equívoco de muitas pessoas e pregadores quanto a Lei Moral dos Dez Mandamentos de Êxodo 20 e a santificação e reverência do Sábado, os quais desejam sinceramente estar pregando a Cristo, levando a Água da Vida aos sedentos e desesperados deste mundo, para que deixem de beber e repartir uma água contaminada, que não mata a cede, tampouco refrigera a alma, é que redigo o texto a seguir.

Jesus guardava o sábado, pois se tratava de um judeu e jamais se poria contra a fé de seus próprios pais, sendo que Ele mesmo verificara que era genuína. Em Isaías 53:5 diz: “Mas ele foi ferido por causa DAS NOSSAS TRANSGRESSÕES, e esmagado por causa DAS NOSSAS INIQÜIDADES; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”.

Observemos que o texto diz que “Ele FOI CASTIGADO PELAS NOSSAS TRANSGRESSÕES”. Não diz que foi castigado pelas Suas transgressões, pois Ele jamais transgrediu um sequer item da Lei. Bem ao contrário, Ele mesmo assegurou aos fariseus em Mateus 5:17: “Não cuideis que vim revogar a Lei ou os profetas. Não vim para revogar, mas para cumprir”. Se tivesse transgredido o sábado, teria deixado de cumprir a Lei e os Profetas, pois a Lei que determina que se descanse de toda obra no sábado está na Lei e os Profetas, que Jesus disse que não veio para abolir e sobre a qual Ele bem estava acostumado a debater com os mesmos fariseus desde que tinha doze anos e eles O aprovavam. Se Ele tivesse transgredido o sábado, não seria injusta a acusação dos fariseus diante de Pilatos de que Ele transgredia. Todavia, era injusta, pois em Hebreus 4:5 diz: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, EM TUDO FOI TENTADO, MAS SEM PECADO.

Portanto, Jesus jamais transgrediu o sábado, mas quando contrariou os fariseus que O acusavam de transgredir, disse-lhes que Ele, que era Senhor também do sábado, trabalhava também nesse dia, mas o trabalho ao qual se referiu era o trabalho de Deus, o de fazer o bem, o que Ele fez curando certa vez a mão mirrada de uma mulher na sinagoga, aonde ia todos os sábados para adorar, “conforme o seu costume”. Na ocasião Ele tinha dito aos que O criticaram que eles mesmos não deixariam morrer uma de suas ovelhas que caísse num poço num sábado sem prestar-lhe socorro porque era sábado, e, a concordância deles, Ele acrescentou que muito menos se deixaria de fazer cessar o sofrimento de uma filha de Abraão, como aquela mulher por ser no sábado. Portanto, se, por esses argumentos, concordaram nessa ocasião que era lícito fazer o bem no sábado, admitiram que ao curar a mão mirrada da mulher Jesus não estava trabalhando o trabalho proibido pela Lei nesse dia e que eles O estavam interpretando mal.

Outra vez os fariseus deixaram de ver a glória de Deus na cura de um paralítico que havia 38 anos estava no tanque de Betesda para distorcerem os fatos e acusar a Cristo de estar trabalhando no dia santo. Todavia, não dando bola para eles, Ele apenas disse ao paralítico que fosse para casa e cuidasse de não pecar mais para que não lhe acontecesse coisas pior.

Portanto, o próprio Jesus aí deu testemunho da Lei dizendo que ao transgredi-la produzimos doenças e muitas delas irreparáveis.

Todavia, o problema de alguns dos fariseus com Jesus não era que acreditassem sinceramente que Ele transgredia o sábado. Sabiam que Ele era um judeu fiel e Sua fidelidade denunciava a hipocrisia deles, pois cumpriam a toda a lei com zelo fanático (ou diria, zelo militar), mas não tinham pena das pessoas. Sendo assim, sondavam os discursos de Jesus para ver se e no que desautorizaria a Lei de Moisés para poder acusá-lo. Todavia, jamais alcançaram esse intento, pois Jesus jamais desautorizou a Lei, prova é que o próprio Pilatos, que cumpria a lei romana, que na Palestina daquele tempo respeitava a Lei do Templo (que é a Lei de Moisés), após interrogar a Cristo, deu testemunho de que não vira qualquer transgressão nEle. E, além do mais, é sabido que quando os soldados do Templo levaram Jesus ao Sinédrio para, em um Conselho secreto (extra-oficial), decidir Seu destino, alguns fariseus que não tinham sido convocados para a reunião escusa, mas que apareceram de surpresa nela, quando inquiriram dos outros o porque dessa reunião às escondidas, também os censuraram pelo que estavam fazendo com Cristo. Entretanto, sua autoridade foi desrespeitada e eles foram postos para fora.

Ora. A atitude desses outros fariseus indica que o que os primeiros faziam não estava de acordo com o princípio geral dos fariseus. Portanto, se esses, que eram igualmente fariseus, que zelavam de igual modo pela Lei que dizem que Jesus transgrediu, censuraram os outros pelo que faziam com Cristo, acusando-O injustamente de transgredir a Lei, o fizeram porque aos seus olhos Cristo não transgredira a Lei, não era culpado da acusação que sofria, pois é certo que se tivesse transgredido eles mesmos também O condenariam.

Em sua crítica um amigo do recanto das Letras se referiu a Jesus como “o Homem mais correto da história”, o qual teria trabalhado no sábado. Ele está certo nisso, Jesus foi o Homem mais correto da história e justamente por ser o Homem mais correto jamais transgrediu a Lei de Deus, Seu Pai, que Ele mesmo redigiu em tábuas de pedra para Moisés no Monte Sinai e a qual os fariseus observavam, mas interpretavam de forma distorcida e opressora, tornando-a um fardo para os que não tinham conhecimento pessoal das escrituras da mesma Lei.

Alguém concordaria que Jesus seria o Homem mais correto da história ou meramente do Seu tempo se redigisse uma Lei com qualificação de eterna e menos de mil e quinhentos anos depois a abolisse, contradizendo a autoridade nela patenteada?

Os apóstolos jamais concordaram que Jesus tivesse abolido ou transgredido a Lei judaica. Ao contrário, Atos 28: 23 diz sobre Paulo que: “E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais declarava com bom testemunho o reino de Deus, E PROCURAVA PERSUADI-LOS À FÉ EM JESUS, TANTO PELA LEI DE MOISÉS COMO PELOS PROFETAS, desde a manhã até à tarde”.

Portanto, quem prega diferente disso está muito equivocado quando diz que Jesus transgrediu o sábado, pois Ele jamais se oporia a Lei de Seu Pai, pois era um filho diferente dos filhos que hoje vemos insultando seus pais e faltando-lhes com a obediência.

Em Gênesis 1:5 diz: “(...). E foi a tarde e a manhã, O PRIMEIRO DIA”.

É certo que Deus começou a Criação da terra no primeiro dia da semana, pois ao fim de Seu primeiro ato tinha passado o PRIMEIRO DIA. Não disse que passara o segundo dia.

A palavra domingo não existia quando Deus criou a terra e jamais veio a existir no vocabulário hebraico e tampouco no seu calendário ou no árabe, pois domingo vem do latim DOMINS AC DEI, que significa Dia do Senhor, o qual era reverenciado por esses (os latinos e romanos em geral), pelos babilônicos e pelos pagãos em geral em homenagem a Shamash, o deus sol babilônico e outro Shamash, deus sol venerado no Oriente máximo até o Japão. De igual modo, na Criação não existia a expressão segunda-feira, cujo nome por si só já diz SEGUNDA, sendo que essas feiras eram assim ordenadas por serem uma seqüência iniciada em primeira-feira, no primeiro dia, e continuada até a sexta-feira, no sexto dia, o último dia em que a feira acontecia, como o é ainda hoje o caso da indústria e dos serviços públicos.

Portanto, o primeiro dia da Criação foi no dia em que no Ocidente chamamos domingo, mas que no hebraico chama-se O PRIMEIRO DIA. E, o sétimo dia, é o sábado, que em hebraico chama-se HA CHABAT, que significa o sétimo dia. Sendo assim, como está em Gênesis 2:2 “E havendo Deus acabado NO DIA SÉTIMO a obra que fizera, DESCANSOU NO SÉTIMO DIA de toda a sua obra, que tinha feito.

E, finalmente, com respeito a frase que diz que a “’suposta interpretação bíblica’ vem de acordo com a conveniência”, pergunto: A quem convém mesmo que o funcionário siga trabalhando no sábado, senão ao patrão? Seria Deus, que criou um dia para que descalçássemos de toda a nossa fadiga diária, um usurpador, ou aqueles que querem nos privar do descanso merecido é que o são? Seria o descansar no sábado um fardo em vez de um refrigério e restauração ou o fardo seria o continuar trabalhando apesar do esgotamento e não termos o primeiro dia da semana para cuidarmos de nossos trabalhos pessoais caseiros?

O que pensar de alguém que, com notado autoritarismo, fundamentado em argumentos aparentemente bem embasados, mas explicitamente equivocados, tenta parecer o defensor dos pobres e oprimidos contra a santa e benéfica Lei que Deus criou para o nosso descanso e bem-estar, senão que se trata de um papagaio a serviço daquele que tudo faz para privar os filhos de Deus de Suas bênçãos? Aos olhos de quem não lê e não ouve a Palavra de Deus, O discurso de pregadores assim parece esclarecedor e defensor dos interesses das pessoas, todavia, é recheado de falta de conhecimento da Bíblia, da história e de conhecimentos gerais, além de incrementado de preconceito contra aqueles que tudo fazem sob o poder do Espírito Santo para restaurar o culto ao verdadeiro Deus, o “Criador do céu e a terra e as fontes das águas” (Êxodo 20) e pede apenas que demos prova de nosso amor por Ele obedecendo a Lei que Ele criou para a nossa liberdade, bem-estar e vida longa.

Portanto, Jesus esteve aqui para corrigir as distorções da Lei que os fariseus acrescentavam a interpretação da mesma, não para ir contra a Lei, pois Ele teve que morrer justamente porque a Lei foi quebrantada. Ele morreu em defesa da Lei, pois sem ela Ele não teria como governar Seu súditos, pelo que o Reino Universal de Deus viraria anarquia, como a anarquia, ignorância e truculência que a Igreja romana, que corrompeu a Lei de Deus, produziu durante os 1260 anos da hegemonia papal.