ENTENDENDO HEBREUS 9:24

"Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus;" - HEBREUS 9:24

No céu há um santuário (o verdadeiro) antítipo do terrestre, mas diferente daquele, pois não foi construído por mãos de homens. No santuário terrestre, ao praticar pecado, o indivíduo se apresentava trazendo o cordeiro para ser morto em seu lugar. O cordeiro representava Cristo que viria a morrer na cruz no lugar do indivíduo. Após morto o cordeiro, o sacerdote se encaminhava com o sangue do animal para espargir no altar (onde estaria Deus), demonstrando diante Dele a morte executória pelo pecado do indivíduo presente. O sacerdote com o sangue do cordeiro imolado representava Cristo trazendo Seu próprio sangue derramado na cruz, mas diante de Deus no Céu, intercedendo pelo pecador presente, que simbolicamente tinha morrido pagando por seu próprio pecado. É isto o que Jesus fez após ter morrido por nossos pecados na cruz e ter ressuscitado. Voltou para o céu e, no altar do santuário (o verdadeiro), que lá está, colocou-se como sacrificado diante do Pai (tendo derramado o sangue na cruz, onde foi o cordeiro e como Sacerdote, trazendo o sangue do cordeiro), cumpriu o antítipo do cerimonial do santuário terrestre. Ele, o cordeiro imolado no lugar dos pecadores, com Seu próprio sangue, o qual, como Sacerdote derrama no altar. É como se os pecadores tivessem morrido e pago por seus pecados, ressuscitando então e podendo voltar a relacionar-se face a face com Deus.

Ele somente pode ressuscitar dos mortos após ter morrido contaminado com os pecados da população do mundo, porque jamais cometeu pecado, pelo que não tinha que morrer por Ele mesmo. Caso contrário, castaria sua vida morrendo por seus próprios pecados, colocando-se na mesma condição do ser humano.

Se Ele não fosse Deus, Seu sacrifício não teria valor, pois não contrariar a acusação de que criara leis com o propósito de que fossem transgredidas pelos seres criados dando-lhe oportunidade de punir alguém. Contrariando a acusação, tendo os seres criados transgredido a lei, Ele puniu a Si mesmo. Por outro lado também, se Ele não fosse Deus, não poderia nos salvar, pois fez-se imperativo que morresse somente porque tínhamos esgotado nossos méritos à vida. Nosso justo galardão era a morte. Não havia um ser humano digno de dar a vida por outro, sendo que todos estávamos condenados a morrer (como que contaminados com vírus letal, sem restar um de cujo sangue se pudesse fazer o antídoto).

Jesus trocou Seu direito de viver pelo direito de morrer em nosso lugar, para que não sofrêssemos a execução da sentença. Restaurou-nos o direito de viver, mas é Dele este direito, pois jamais fez por onde morrer. E Ele somente pode ressurgir dos mortos porque o amor demonstrado ao morrer no lugar de Seus opositores mostrou-se muito nobre, alcançando méritos maiores que o débito dos pecados humanos, os quais Ele tinha adquirido para Si ao assumir nossas culpas, e tais débitos deveriam mantê-lo no túmulo eternamente, então também não poderíamos ressuscitar da primeira morte, que é conseqüência do estilo de vida que adotamos após termos começado a pecar.

Se Ele perder as características humanas que adquiriu para poder ser testado como humano sem transgredir, jamais poderá dar prova de que se sujeitou à forma humana e se submeteu a todas as situações a que os humanos estão sujeitos, tendo vencido a todas na condição e fraqueza humanas para merecer a vida e poder morrer em nosso lugar. E se Ele perder as marcas da cruz, que ficaram no corpo humano que agora possui, apagará as provas de que o pecado produz conseqüências destrutivas eternas.

Portanto, Deus carregou nossos pecados para a cruz e levará suas marcas eternamente em Seu corpo, testemunhando dos efeitos devastadores da transgressão.

Wilson Amaral

Wilson do Amaral Escritor
Enviado por Wilson do Amaral Escritor em 30/10/2006
Código do texto: T277821