Se não soltar minha mão

Havia um homem velho, o qual residia em um asilo, o mesmo era dotado de alegria, e exuberância, um brilho o qual muitos jovens deixariam e ainda deixam a desejar. Certa vez o mesmo fora questionado donde provinha tanta alegria. O pequeno homem, com sua face já enrubescida pelo tempo, mas com os olhos acessos como duas estrelas, esboçou um lindo sorriso e com suavidade falou:

- Quando era menor, tive uma vida difícil, mal tínhamos o que comer, mal tínhamos o que vestir, foi uma vida turbulenta, meu pai apenas conseguia, o necessário quando o conseguia. Decidi estudar, e mudar aquela situação.

Já na faculdade andava como podia, ou melhor com as condições que tinha, quanto não fora satirizado, e humilhado, ouvi muitas e muitas vezes, os comentários que perguntavam o que um pobre fazia naquele local. Lembro-me como se fosse hoje, quando a professora meu indagou.

- Qual o seu maior sonho?

- Apenas ser feliz professora. Falei em um tom brando, a sala colocou-se a rir, e a professora voltou a questionar-me.

- não pretende ser rico, formar-se ter fama, para que estuda então?

- Então respondi. Professora e meus caros colegas, não importa-me as circunstâncias futuras, não importa-me o que vestirei ou comerei amanhã, pois já habituei-me com as necessidades físicas desde tenra idade, não importa-me se terei milhões em minha conta bancaria ou se mal terei uma moeda para um café, ou se mesmo chegarei a concluir este curso e dar uma vida considerável a minha família, o que me importa mesmo, é que nunca Deus solte minha mão. Pois com Ele a segurar-me como um Pai que ensina seu filho a caminhar, a nada terei de temer, seja a condição que for, se Ele estiver sempre segurando minha mão serei capaz de atravessar, os mais densos obstáculos como até hoje superei, conseguirei, pisar em solo de espinho ou solo de flores, atravessar tempo de tempestade ou mesmo tempo de calor, serei capaz de respirar com suavidade mesmo quando o ar estiver rarefeito, se Ele não soltar minha mão, me sentirei seguro, para viver o quanto for preciso e da forma que preciso for.

A sala silenciou-se diante tais palavras.

Então no asilo o mesmo fora novamente questionado:

- Diante tal convicção não acha que Ele soltou sua mão, para hoje estar aqui?

Então novamente o velho homem, sorriu e com toda ternura respondeu;

- De jeito nenhum, hoje Ele segura minha mão mais do que nunca, e permiti estar aqui dividindo a minha historia com você.

maosdossonhos
Enviado por maosdossonhos em 01/04/2011
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