PORQUE NÃO É POSSÍVEL CONFUNDIR ESPIRITISMO COM CRISTIANISMO

Embora alguns espíritas mais inteligentes, instruídos por Lúcifer e seus anjos, venham adaptando o espiritismo nos últimos dois séculos para confundir cristãos desarraigados da Bíblia, não é possível haver cristão-espírita, mesmo que se consolide forçosamente a expressão. Somente quem não tem conhecimento da Bíblia pode ser confundido, pois espiritismo e cristianismo são como gato e água – por mais que se tente molhar o felino, ele não se molha. De igual modo, o cristianismo é a água a qual o espiritismo não se submete, jamais podendo ser molhado e limpo de suas impurezas (distorções) com o Espírito Santo, pois ambos são espíritos oponentes, um da parte de Deus e o outro da parte do inimigo. Este mesmo é seu mentor e líder. De qualquer forma, se o espiritismo se submetesse ao Espírito Santo de Deus logo deixaria de ser espiritismo, dissolvendo-se completamente, pois nele não há nada de cristianismo, a não ser anti-cristianismo. O livro de Apocalipse o classifica como a "religião do dragão", um dos três espíritos de rãs, que "são espírítos de demômios".

De fato, a expressão vaca não é cachorro e cachorro não é lesma, embora todos sejam animais, serve bem para ilustrar a relação entre espiritismo e cristianismo, pois ambos operam na esfera espiritual (são do mesmo gênero), mas um leva sutil e encantadoramente para a morte eterna enquanto o outro conduz à estreita e reta restauração da capacidade de viver eternamente através do esforço, sacrifício e morte de uma única pessoa, “Jesus Cristo, o Justo”, o único Homem justo e com habilidade e direito próprio a vida. Não há como o ser humano reaver a eternidade através de obras e sucessivas reencarnações seriam inúteis para sua regeneração, pois basta-lhe uma única atitude de submissão a Deus e Sua vontade e seu poder de ser perfeito será restaurado parcialmente ainda nesta vida e completa e definitivamente na volta do Senhor, quando então os mortos em Cristo serão ressuscitados no mesmo corpo material e com a mesma identidade que outrora tiveram, porém, restaurados e sem mais tendência para pecar.

E do mesmo modo que gato não se submete a água, morte não é vida e vida não é morte. Ambas são antagônicas, como a luz e as trevas, onde há uma não há a outra. Por um lado, o conceito de imortalidade da alma desmente e inutiliza a advertência de Deus quanto as conseqüências fatais do pecado, que é o completo afastamento da fonte de vida, que é o próprio Deus. Esse afastamento Deus chama de morte e a morte é a falência final das funções vitais. Por outro lado, a idéia de que a alma não morre anula o cristianismo, pois torna desnecessário o sacrifício de Cristo em favor do ser humano, haja vista que se a transgressão não produz consequências que não podem ser desfeitas pelos transgressores (consequências falimentares - mortais), não há necessidade de um Ser não transgressor para revertê-las. É que morrendo uma única vez o ser humano já paga o preço da transgressão, ficando sem dívida diante de Deus e podendo então viver eternamente. Sendo assim, se a imortalidade da alma fosse coerente com o ponto de vista bíblico, ao morrer, pelo simples fato de ter morrido, o ser humano já estaria quites com sua dívida, readquirindo seu direito a vida e podendo seguir daí diretamente para vida eterna, sem precisar reencarnar para evoluir e conquistar méritos. E também não precisaria de ninguém que pagasse o preço em seu lugar, descartando Cristo por completo, pois, embora morrendo essa morte ambígua do espiritismo (e pagando aí por suas transgressões) ele continuaria vivo, podendo então seguir direto para a vida eterna.

Entretanto, a verdade bíblica e lógica (querendo dizer: do ponto de vista da física) é que, embora ao morrer o ser humano tenha quitado sua dívida e tenha readquirido o direito a vida, estando morto ele não tem vida para usufruir, pois a vida é o capital que ele gastou adquirindo o direito de transgredir e transgredindo ele esgotou esse capital. Em outras palavras, embora com sua morte o ser humano pague o preço da sua transgressão, ele não pode ressurgir para desfrutar do benefício da segunda chance, pois para ressurgir precisa de vida que ele não mais possui. Sendo assim, por causa do caráter inabilitante (descapitalizante) da morte, Jesus Cristo morreu a morte punitiva merecida dos seres humanos para que eles não tivessem que esgotar seu capital vida morrendo para pagar o preço pelo pecado que cometeram e cometem. Ou seja, com o pagamento que Cristo fez, os seres humanos podem reter seu capital vida, continuando então a usufruir do direito de viver, o que vale para todos. Todavia, morrendo ainda a morte consequente das múltiplas agressões a vida através das gerações, mas, porque morreram crendo na providência de Cristo e estando por isto ligados a fonte de vida, poderão ainda usufruir do direito a nova vida porque Jesus ressurgiu da morte com a qual pagou pela transgressão humana. E, por ter direito a vida (por não ter esgotado Seu capital pessoal chamado vida com essa morte e, tampouco, adquirindo o direito de transgredir) Ele pode ressurgir dessa morte e conferir nova vida para todo que reconhecer a própria inabilidade vital e aceitar o pagamento feito por Jesus, agindo então por Sua orientação para não mais consumir o crédito que Ele poupou-lhe.

Todo aquele, porém, que achar que pode regenerar-se e adquirir a dissolução dos próprios pecados através do esforço e castigo pessoal pagará mesmo o preço da transgressão, mas será com a própria vida e, por desligar-se assim da fonte de vida (por querer produzir vida por si mesmo), jamais poderá reviver, pois a obra humanitária de Cristo na cruz é o único meio hábil para o pagamento do preço do pecado, porque Ele jamais transgrediu, jamais esgotou sua vida pagando o preço requerido para poder transgredir.

Jesus Cristo morreu a morte eterna para que a humanidade não tivesse que morrê-la por ter aberto precedente em transgredir e dessa forma ter perdido a capacidade de viver eternamente. E Cristo mesmo disse que ressuscitará todos os salvos unicamente no último dia, sendo que a Bíblia diz que “ao homem (ser humano) está reservado morrer uma única vez, vindo depois disso o juízo”. Ou seja, Deus advertiu nossos primeiros pais de que a transgressão gera morte (esgota a vida), a serpente (incorporada de Lúcifer), porém, desmentiu Deus dizendo categoricamente que é certo que não se morre mesmo que se transgrida. E nossos primeiros pais transgrediram, vindo a morrer a morte individual quase mil anos depois e desde então temos vivido cada vez menos e se aproxima rapidamente o dia em que nosso planeta não mais sustentará a vida, então teremos alcançado a morte eterna (a falência geral), onde teremos nos exterminado. Entretanto, Jesus disse que voltará, tirará os salvos daqui e restaurará o planeta, entregando-o depois aos salvos restaurados e capacitados a não mais transgredir e gerar a morte.

Isto é o cristianismo. Nisto não há lugar para espíritos vagantes de pessoas sofrendo para evoluir e viver novamente por seus próprios méritos de maneira a redimir seus próprios pecados por viver bem essa nova vida, pois todos os salvos terão seu próprio corpo material e a identidade perfeita, porém, incorruptíveis, readquiridos por preço pago apenas por quem escolheu não transgredir e por isso perpetuou seu direito a vida e esse alguém é Jesus Cristo, o opositor da morte.

Wilson do Amaral

Autor de Os Meninos da Guerra, 2003 e 2004, e Os Sonhos não Conhecem Obstáculos, 2004.