Conexões sem fio

Wi-Fi, Bluetooth, Sinal Digital e outras infinidades de redes sem fio trafegam em nosso espaço. Inegavelmente, estamos num auge tecnológico. Portanto, não estar conectado hoje é quase um sacrilégio. Milhares de computadores, celulares, notebooks, netbooks, iPod’s, iPad’s conectados a rede. E homens e mulheres enredados neles. A sociedade das redes carrega em si um imperativo, o de estar cada vez mais sintonizados. Que na verdade trata-se de um paradoxo. Pois, ao conectar-se com o mundo nos desconectamos daqueles que estão ao nosso redor e, acredito, que de nós mesmos. Sendo assim, como conectar-se, sem desconectar-se? Eis uma boa pergunta. Uma resposta seria a de refletir sobre nossa relação com Deus. Para começar poderíamos pensar: Como anda nossa conexão com Ele? (Se é que ainda acredito em Deus).

Numa época em que estar desconectado das redes é considerado quase um pecado, estar conectado com Deus é motivo para muita zuação, um voltar à idade da pedra, por deslumbrar-se com mero sinal de fumaça. Um dos argumentos mais usados para defender tal atraso não é tão atual, mas continua vivo. Se Deus existe, porque não O vemos? Existem algumas respostas. Atreverei-me a responder do meu jeito. Como já argumentava no início do texto, os sinais estão muito evidentes no nosso dia-a-dia só precisam ser captados. O problema é que o sinal de Deus não pode ser captado por nenhuma dessas maquininhas metidas a avançadas. Como já dizia um dos heterônimos de F. Pessoa “monte de tijolos com pretensões a casa”. O sinal de Deus só pode ser captado pela criação mais complexa da face da terra, o ser humano. Para conectar-se a Ele exige experiência, às vezes, paciência. A oração é como o deslizar dos dedos pelo botão do rádio de pilha buscando aquela estação de rádio predileta. Quanto mais a ouço, mas a sintonizo com facilidade. Orar é estar antenado em Deus, conectado com o Pai. A grande diferença dessa Conexão é que quanto mais conectado com Deus, mais conectado e enredado estaremos com os outros e conosco. Conecte-se, mas não se desconecte!

Edvanio Pinheiro
Enviado por Edvanio Pinheiro em 21/06/2011
Reeditado em 20/07/2011
Código do texto: T3049437
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