Malaquias 3:10 - QUANDO DEUS NOS ENCHE OS SELEIROS

Se Deus der muito dinheiro a alguém a pessoa somente será beneficiada se consegue manter o propósito de continuar seguindo a Deus mesmo não precisando dEle. Isso se não ceder à tentação quase óbvia e obrigatória de que não depende de Deus para nada, pois tudo que precisar terá em qualquer tempo, porque sabe ganhar dinheiro e sempre terá bastante e de nada terá falta.

Coisa fácil é achar-se com poder e confiança no futuro com muito dinheiro. Com bens matérias nos sentimos tranqüilos, pois parece que tudo está garantido. Comumente, faz-se seguro de todo tipo porque se sabe que em qualquer revés haverá dinheiro para manter a vida e o padrão. E então se tranquiliza, descuidando dos revezes que assolam também bancos e instituições sólidas. Daí confia-se no ser humano.

Na verdade, a grande bênção que Deus promete em Malaquias 3:10 é muito menos material do que espiritual. É mais provável que Ele prefira não dar bênçãos materiais para a maioria nós, dando-nos somente o básico. Alguém com muito dinheiro pode acabar no maior fracasso espiritual. Tendo muito, sente-se auto-suficiente e, sem precisar de ajuda, se afasta de Deus. E, assim, distante, esquece que Deus provê o necessário todo dia. E então começa a olhar para o que têm, projeta o tempo a frente, calcula as calamidades possíveis, os prejuízos potenciais, etc., e se sente tão a perigo quanto se não tivessem nada.

Os bens materiais dificilmente redundam em bênçãos espirituais e o que tira o sossego, angustia, produz insegurança, medo, sofrimento, tristeza, etc., não é bênção, mas prejuízo. Por isso se diz que “o dinheiro é a raiz de todos os males”. Sem a forma com que Deus faz que se veja as coisas, quanto mais se tem, maior é o medo de ficar sem, surgindo a insegurança financeira e a insaciabilidade material. Volta-se à velha infelicidade da pobreza por causa da constante presença do medo. O próximo passo será a queda num sistema de luta selvagem pela sobrevivência. Quem confia apenas em si mesmo, por mais que tenha, nunca achará que tem o bastante, jamais achará que garantiu segurança e sua luta para garantir sobrevivência então se travará em nível de “salve-se quem puder” ou “quem pode mais chora menos”.

Não é assim que se dão as relações de negócios, comerciais e trabalhistas em todo o mundo? Não são também por isso a corrupção, o tráfico, os latrocínios, os assaltos e tudo o mais? São pessoas lutando para garantir perene sobrevivência num regime de guerra que impõe o regime selvagem de “quem pode mais chora menos”, sem a menor solidariedade. Ninguém tem pena de negar ao outro, de tira-lhe um pouco mais porque esse sitema predador se trata de garantir a própria sobrevivência. É assim que isso funciona no cérebro doente das pessoas distantes de Deus.

E uma outra realidade sórdida é que, na verdade, pessoas que devolvem o dízimo com vistas nas bênçãos materiais de Malaquias 3:10, mas não guardam o sábado, não fazem conta da marca indelével do Criador em Sua Santa Lei, não adoram a Deus, em quem não confiam, mas compram as bênçãos lá prometidas e, de preferência, financeiras, sendo que em seu dinheiro, no que podem adquirir com ele, confiam. É por isso que oram dizendo: “Senhor, eu determino...”. Claro, quando compramos e pagamos por algo, naturalmente nos sentimos na autoridade e direito de determinar; exigir. Mas não temos tal direito, pois, por mais que pagássemos, jamais alcançaríamos o preço da cruz.

Não é por pouco que muitos dizimistas trabalham dia e noite, sábado e domingo, sem dar descanso para si, seus familiares e funcionários. Devolvem o dízimo sagrado, mas não podem descansar no santo sábado, pois pensam que, do contrário, não receberão a bênção material pela qual pagaram com o dízimo, o qual, na verdade, se devolve, não se paga. E a única forma que garantem a bênção é fazendo o que melhor sabem fazer – trabalhando e ganhando dinheiro. Ou seja, garantindo seu sustento e futuro por seu próprio braço, independendo-se de Deus, pois perdem a grande bênção espiritual de descansar nos braços de Deus durante Seu Santo Dia (o Sábado), confiando em Sua santa provenção. Enquanto têm saúde para trabalhar e ganhar dinheiro, pensam que essa é a bênção, mas não reparam na Bíblia, no sermão de Jesus na montanha (Mateus 6:25), que a grande bênção que Deus quer que desfrutemos é da satisfação, tranqüilidade, serenidade, paciência, descanso, paz, certeza do sustento e felicidade, que resulta do ser despreocupado, livre da ânsia do prover. Isso produz prosperidade espiritual é por isso que Deus criou o Sábado e ordenou que nele se fizesse o culto principal.

Bênçãos materiais somente são boas se resultam de bênçãos espirituais. Também poderia dizer que bênçãos materiais são boas se resultam em bênçãos espirituais. Todavia, isso é difícil. É mais fácil resultar em prejuízo espiritual. Por outro lado, alguém bem do ponto de vista espiritual jamais se deixará enganar pela tentadora confiança no dinheiro e patrimônio. Então, Deus não apenas lhe dará Inteligência para adquirir muito dinheiro, mas lhe dará também condições e oportunidades para tal. E, como não confia que são seus os méritos pelo sucesso, mas de Deus, não acha que precisa acumular muito, então investe na própria felicidade e de sua família, investe na ajuda humanitária, investe em meios para produzir e distribuir rendas e investe na causa e obra de Deus com muita generosidade. E tal pessoa estará cada dia mais apegada a Deus, pois não confia em si mesma e não confia no dinheiro que tem e que pode ganhar. Confia em Deus e sabe que Sua empresa nunca irá à falência e que Deus não depende de nenhum sistema financeiro ou mercadológico para dar-lhe tudo que deseja ou simplesmente o básico, com o que também estará satisfeita e grata.

Daí é onde Jesus diz: “Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” – Mateus 25:33.

Wilson do Amaral