OS CAMINHOS

Ó leigos, ao longo dos tempos muitos vieram para anunciar os caminhos. Muitos já vieram para salvar o mundo, mas o mundo ainda não está salvo. Não vim para salvar a humanidade, mas sim para ajudá-la. Não vim para ajudar na ciência, pois outros estão fazendo isso. Não vim para torná-los ricos e nem para sugerir isso; vim para dizer que tudo o que já foi dito é a mais pura verdade. Conheçam a voz dos sábios, se querem encontrar o caminho, porque os sábios conhecem o caminho. Só se chega ao paraíso através deles. Toda crença se baseia na voz de um sábio. E tudo o que for pedido, cada um na sua crença e através do sábio, será feito. Ó leigos atentem para a vontade! Usem da faculdade do querer, que uma dádiva de Deus para abrir os canais ao Universo. Uma vez abertos os canais, a voz do mundo poderá ser ouvida, metas serão instituídas e o caminho iniciado. Não se deve caminhar pela dúvida, não caminhem pelo “ouvi dizer”, não caminhem pelas sombras.

Existem três caminhos. O caminho das trevas, o caminho da claridade e o caminho da luz. As trevas são a confusão da mente, todos os maus presságios, o torpor, a loucura, o desequilíbrio, a ira, a inveja, a gula, a preguiça, os vícios e tudo que despertar maus agouros. O caminho da claridade é onde estão: alheios ao mundo. Embora na claridade, não vêem a luz. Nesse caminho existe o corpo, a mente, a alma, o espírito e os cultos bizarros, mas não há a entidade. É o caminho das ensanchas, é um presente para a evolução. Nele a mente ainda é confusa, cheia de incertezas, máculas, desejos e crenças. É o caminho do desconhecido, onde mudar é preciso e militar na boa milícia é importante. O caminho da claridade é guiado pela crença. O viajante deve assimilar a crença, os ditos dos sábios e o testemunho dos mártires. Também é o caminho da dedicação, dos rituais, dos altos e baixos e das falências. O caminho da claridade é a repetição dos ciclos; ciclos que podem alongar-se por muito tempo. Mas lembrem-se! O tempo é curto, pois haverá grande transformação em breve.

Ó leigos há também o caminho da luz. É o caminho da espiritualidade. Ele é o caminho da perseverança, da fé e da sabedoria. Esse caminho estuda o erro e o corrige, estuda o passado para celebrar o presente; caminha pela retidão, pela meditação e pela sabedoria. O viajante da luz é diferente, não sai do caminho, não é crente. Ele promove a saúde do corpo físico e o corpo astral; cuida da alimentação, faz exercícios físicos e mentais, entra em canalização com o Universo, ausenta-se das baixas vibrações e medita aos Centros Psíquicos Superiores. No caminho da Luz encontra-se no obsecro: o viajante entra em demanda com as forças de baixa vibração; exige seu posto na hierarquia divina; impetra com vagar tudo que lhe for contrário aos novos preceitos; ele faz o viajante implorar por ascensão; faz da oração a graça; faz dos pedidos a dedicação; faz do postulante um iniciado; leva o requerente ao deferimento; faz do solicitante a peregrinação, e fazendo do suplicante as virtudes. Aquele ser que rogar, com todas suas forças será salvo. O caminho da luz é o da paz. Tudo começa a dar certo. Desaparecem os demônios pessoais, há o aparecimento do anjo e do Mentor pessoal. O caminho da luz é o da liberdade. Liberdade que é dádiva de Deus. O viajante está livre porque entrou na individualidade do ser — cada um é cada um — indivíduo. Ninguém manda no indivíduo, mas ele é obediente. O indivíduo é diferente da massa, mas não se distancia porque sabe que o mundo é de todos. O caminho da luz é o da segurança. O viajante não coloca a culpa nos outros por seus fracassos. Ele corrige os erros, mas dificilmente erra; quando se engana é prudente, tem convicção dos extremos, conhece os extremos. Ele renasce a cada dia, pois ainda não está salvo. Ele gosta de si mesmo, ama-se, ama a tudo e a todos, mas não se compromete; ninguém é melhor do que ele, porque ele está no caminho. Aquele que viaja pelo caminho da luz não deixa seus projetos inacabados, porque ele é consciente: planeja tudo, respeita tudo e não se mistura com o mundano e o pecaminoso. Com os exercícios e meditações, ele desenvolve os talentos, fixa os carismas que trás por evolução, porque conhece seu passado, suas outras vidas. Conhece a linguagem dos profanos; conhece a linguagem dos postulantes; conhecem a linguagem dos escolhidos; conhece a linguagem dos iniciados e também a linguagem dos sábios. Fala pelo idioma do amor e é feliz. Ele sabe que veio das estrelas e é para lá que retornará.

Ó leigos, aquele que encontrou um Mentor jamais será o mesmo; aquele que ouviu o sermão do Mentor já não é mais um leigo, porque foi contatado. O contato deixa fogo aceso na mente e leva o viajante a postular novos labores. Saiam da crença e ingressem pela sapiência, deixem o caminho das trevas e entrem pela claridade; depois postulem o caminho da luz. A luz existe para todos. Basta apenas procurá-la. Abram os olhos, a luz já pode estar acesa.

Ó leigos! Não cultuem os sábios, eles não são para serem cultuados, mas sim para serem ouvidos. Ó leigos! Procurem no universo suas entidades; unam o ser com o Ser. Tenham o mais que conseguirem, mas saibam que isso gera responsabilidade, porque ninguém possui nada na Terra: o rico é apenas um guardião das riquezas. A riqueza deve ser passada para frente quando o guardião se for, pois ao voltar, poderá valer-se dela. A maior riqueza é a sabedoria, cultuem a sabedoria.

Este texto foi retirado do romance “O Mentor”,

Hamynhas Mathnatha
Enviado por Hamynhas Mathnatha em 27/08/2011
Código do texto: T3184768
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