Na leitura do evangelho do domingo 29 de janeiro, proclamado na missa conventual cantada em gregoriano, da Abadia dos monges beneditinos de São Paulo (Largo de São Bento),  narra-se que Jesus foi à sinagoga e ali havia um homem possuído pelo demônio. Na interpretação livre das raízes judaicas da fé cristã, traduzo a possessão como “um homem cheio de energia ruim”. E esse homem estava num lugar sagrado: uma sinagoga!
                Eis o problema de toda e qualquer religião. Pretendem ser o lugar do encontro com Deus, mas pode ser também o lugar da possessão diabólica, ou seja, da energia má e destruidora. Conforme o evangelho de Marcos, o tal homem era capaz de reconhece a verdadeira natureza de Jesus: “eu sei quem tu és, Jesus, o ungido de Deus”. Então, ele tem até a capacidade de ver através da fé, mas isso não o faz menos possuído pelo mal. Jesus não o deixa pronunciar o nome dele porque, conforme a cultura judaica da época, dizer o nome da pessoa é uma forma de dominá-la. Jesus manda-o calar-se e deixar livre aquele ser humano.
Para mim ficam duas questões:              

 
  • Sempre me perguntar sobre que energia me domina (por alguma sei que sou dominado) e buscar a energia do amor fraterno e solidário.
  • Buscar de uma forma disciplinada e ruminante a prática da oração meditada.
É uma forma de meditar e aquietar-se. Um modo de se sentir envolvido pela pessoa e pela palavra de Jesus.