DIVINA GRAÇA
Se a gente vê uma freirinha idosa, de saúde deficiente, franzina, quase etérea, como a Irmã Dulce, de Salvador, tende a dizer, que está no fim, se acabando, é quase inválida. Nada disso, igual à figura mitológica de Atlas, ela carrega em seus ombros o peso do mundo, isto é, a misericórdia de milhares de sofredores.
Se conversarmos um pouco com Aurélio Costa, um caquinho de gente, sem pernas, amarrado em sua cadeira de rodas, pele e osso, quase surdo, somos tendentes a dizer “Este pobrezinho deve ter recebido uma moratória, mas já pertence ao outro lado”. No entanto, Aurino criou e dirige com amor e admirável eficiência, uma organização de amparo aos lesados, aos deficientes mentais...
Ela, católica, ele, espírita. Ambos não querem saber a que religião pertence o necessitado. Só querem ajudar.
Parece que Deus investiu muito pouco neles, ainda assim, são mais fortes do que um “musculado” narcisista, que depende horas egoisticamente, com seus altares.