CONFISSÃO E PENITÊNCIA – COMO PAGAR PECADOS?

Não seria útil do pondo de vista didático e preservativo se pudéssemos pagar por nossos pecados, porque nos submetemos a pagar o preço requerido por tudo o que queremos possuir e por tantas coisas que queremos fazer. Desde que nossos primeiros pais pecaram, temos pagado por nossos pecados, que nos têm custado continuamente mais caro. Temos sofrido por conseqüência deles e causado crescente sofrimento, estando a ponto de destruir nosso planeta, mas nem por isto abrimos mão de nosso direito de pecar. Um exemplo prático disso é que os reis e nobres egípcios pagavam para ser mumificados com um escaravelho de ouro ou pedra no lugar do coração para que, segundo sua crença, o escaravelho, no qual estava escrito o que precisava ser dito ante a inquirição judicial, os livrasse da culpa por seus crimes quando enfrentassem o tribunal de Osires no mundo dos mortos. E prova de que agimos de igual modo é que as pessoas dirigem alcoolizadas e em alta velocidade, dispostas a pagar tantas quantas forem as fianças, multas e processos, não importando o preço e nem fazendo caso das consequências decorrentes de acidentes e mortes que possam vir a provocar; pessoas traficam drogas, roubam, desviam dinheiro público, exploram os mais fracos, assaltam a mão armada, sequestram, mentem, traem-se, adulteram (apesar dos riscos), matam, maltratam, abusam, estupram, etc., a despeito das penalidades previstas, e muitos reincidem sucessivas vezes, demonstrando quanto lhes vale pecar e quanto estão dispostos a pagar para poder pecar.

Se pudéssemos pagar por nossos pecados e continuar vivos não haveria solução para o problema do pecado e seguiríamos a nos destruir e a destruir a todos e tudo em redor com nossas atitudes, até produzirmos o caos absoluto, exterminando a tudo até a última fronteira do Universo.

A morte, portanto, não é apenas a única forma de pagar pecados, ela é a solução definitiva para o pecado, pois ela cessa a ação destrutiva do indivíduo pecador. Entretanto, ao mesmo tempo em que faz cessar o pecado, ela extermina o indivíduo pecador. Todavia, por enquanto a morte dos indivíduos é a solução para o pecado que o indivíduo não cessa de praticar, mas não é a solução para ação destrutiva dos pecadores, pois uns morrem quando outros já nasceram e aprenderam a pecar, pegando cada dia mais gosto pelo pecado, querendo cada vez mais pagar o preço do sofrimento para poder pecar cada vez mais.

Se o pecado custasse tão pouco ao ponto de podermos pagar por ele qualquer valor que não a vida, ele não seria tão nocivo e destrutivo como tem demonstrado ser. Não temos como pagar por nossos pecados, portanto, a não ser por nossa morte, porque o pecado produz unicamente a morte. Se não pagássemos por ele com a morte ele acabaria nos matando ainda assim, como tem feito e cada dia mais, cada dia mais rápido e de forma mais exterminante. Aliás, se o pecado não nos matasse, a maldade não acharia limite e certamente nosso mundo não teria suportado até aqui e já teríamos aniquilado a vida e a Terra há milênios.

Logo, se pudéssemos pagar por nossos pecados algum preço que não com a própria vida, não haveria aprendizagem com os erros, o pecado se tornaria um comércio, cada dia mais incentivado. Pagaríamos cada vez mais para poder pecar, não haveria segurança, tampouco a menor garantia do que quer que fosse, o mundo seria completa tirania, as pessoas desrespeitariam todos os direitos umas das outras, cada um se defenderia como pudesse e terminaríamos num banho de sangue generalizado. Seriam atrocidades e morticínios a todo o momento, em todas as esquinas, em cada beco, por mais claro que fosse, dentro das casas das famílias, nos escritórios, nas indústrias, nas lavouras, no campo de futebol e tudo o mais. Nesse cenário, as criancinhas teriam que aprender táticas de combate para sobreviver e defenderem-se até de seus pais e uma mãe precisaria equipar-se com poderosos artefatos de guerra para sobreviver até aos filhos de peito, aos maiores, aos juvenis, aos adolescentes e aos próprios filhos adultos. Imagine as disputas entre os homens por mulheres, por vitórias, pela decisão de quem está com a razão, quem é mais forte, mais poderoso, mais inteligente e mais habilidoso. Imagine como seriam suas disputas por dinheiro, lucros, poder, propriedades, etc., se estivéssemos livres das limitações ainda impostas por um consciente moderador que resta em parte das sociedade. Imagine as casas das pessoas sendo invadidas livremente e seus bens sendo levados sob seus próprios olhos por meio de torturas e maltratos, podendo dar-se a qualquer momento porque todas as pessoas entendem que podem tudo que querem e estão dispostas a pagar qualquer preço para poder fazer o que sentir vontade.

Se pudéssemos pagar por nossos pecados e continuarmos vivos, não haveria limite para a degradação humana, não havendo quem e o que pudesse conter a maldade. Embora, porém, os pecados dos indivíduos da humanidade tenham sido pagos (pela morte substitutiva de Cristo na cruz) e continuamos vivos, não possuímos o recurso com que pagar pecados, o pagamento não foi e não é por nossos recursos – nossos méritos, não tempos com que adquirir o perdão; não há o que possamos fazer para merecermos o perdão e o esquecimento de nossos pegados. Sendo assim, a única forma de nossos pecados serem pagos e continuarem efetivamente quites é reconhecermos o que é pecado através do conhecimento da Lei de Deus, reconhecermos que pecamos, admitirmos que não há o que possamos fazer para redimir-nos desses pecados, aceitarmos a fiança da morte substitutiva de Jesus como único pagamento pelo pecados que cometemos e abandonarmos a prática do pecado.

Temos pago, de certa forma, por nós mesmo algum preço para podermos pecar, mas o preço que pagamos não é suficiente para quitar a dívida de pecado e também não cessa o pecado e não obsta o mal. Prova é que, apresar do preço de sofrimento que temos pago, temos pecado crescentemente. Temos sofrido por causa dos nossos pecados e dos pecados da humanidade, mas não paramos de pecar. E é justamente num cenário aterrador que vivemos e o qual estamos incrementando para produzir mais terror. E justamente para o caos completo encaminhamos a humanidade e nosso planeta. Resta, portanto, somente a morte como forma de cessar o pecado e por isso ela é a única forma como podemos pagar e pagaremos por todos os pecados que temos cometido, mas, se não for através da morte substitutiva de Jesus, será através de nosso extermínio, pois com pecado, que produz a morte, não tem com existir a eternidade. O Universo jamais será seguro enquanto existir o pecado.

Portanto, querido amigo, analise bem este pensamento e veja se reencarnação faz sentido como meio de expiação e crescimento espiritual para aprendemos a não pecar e a não praticar o mal, se estarmos neste mundo (nesta vida) e termos a possibilidade de pecar é o que mais nos agrada, visto que aproveitamos todas as oportunidades para fazê-lo. Logo, reencarnar jamais poderia ser punição e aprendizado, pois pecar, através de todos os tipos de prazeres, desde os menos até os mais degradados e degradantes, é o que mais nos dá prazer e, desde o mais correto de nós até o mais degenerado, temos mostrado que estamos dispostos a pagar o preço que for necessário para podermos desfrutar do prazer de fazer o que queremos, mesmo que isso prejudique alguém, nos prejudique mais cedo ou mais tarde, e prejudique a humanidade, a natureza, o planeta e a existência na Terra.

Iludimo-nos, portanto, ao pensar que podemos de alguma forma pagar por nossos pecados, pois o sofrimento, a doença, as penas, etc., não são o preço suficiente para o pecado, mas unicamente a morte, porque tudo o que o pecado produz é degradação e a morte individual e geral no topo desse processo degenerativo em cascata.

Wilson do Amaral