Rosas e Jasmins

A vida é como um caminho desconhecido

É um sonho que a gente sonha e quer

Confesso que entendo o silêncio das pedras

É o mesmo calar do tempo

Ainda de toda poesia que nasce, vai nascer

O encanto da vida é a maior.

Vida! Percebestes que palavra mais linda

Repousa nela o fragmento do arquiteto universal

A sua mágica se contempla no desenhar de um sorriso

E toda sua profundidade, grandeza de seu mistério

No abandono solitário divino de uma lágrima

Que brota do ser da alma viva para desfalecer

Na face acariciada pelo traço

Da felicidade ou da ternura da dor.

Porém, compreender que estamos

Somente de passagem é uma arte

Que somente será encenada no palco

De nossa curta existência

Quando aceitarmos com virtude

O envelhecer de nossas pétalas

A morte lenta de nossas células

O cair de nossas rosas e jasmins.

Se temer o fim fosse possível

Moveríamos céu e terra para

Não perdemos nossas amadas flores

Talvez seja inevitável querer entender

Os motivos, razões

Seja loucura querer descobrir

O significado oculto da perda

Da solidão que se aloja, mas perto do coração

Procurando um lugar para se aquecer

Enquanto a ferida que arde no peito cicratiza

Lapidada pelas gotas de saudade.

Por isso não surpreendíeis quando

Do nada brotarem de teus olhos cascatas

Quando percorreres ansioso para contar um segredo novo

E perceberes que as paredes continuam no mesmo lugar

Mais que dos vasos faltam às flores.

Se neste instante teu coração suspirar em teu peito

Contorcer tua carne e te rasgar por dentro

Não temeis! Pois o pedaço que se quebrou de ti

Ainda vive e se alegra

Por viver a partir de tua vida

Das tuas vitórias e de teus sonhos.

Como o orvalho da noite que rega as plantas

A lua que guia os passos

O mar que canta entre ondas e rochedos

Assim é a tua felicidade

O amor que rega as flores do outro lado do jardim

Amor! Percebestes que palavra mais linda...