A Bíblia e o olho de Lúcifer

“Este homem começou a edificar e não pôde acabar.”

Luc 14; 30

Ensinando o caminho da salvação o Senhor comparou a um construtor prudente que, antes de empreender sua obra, faz cuidadoso orçamento para ver se poderá levar a efeito a mesma.

Como ele falava de edificação espiritual, o balanço resultou “contraditório”; pois, aquele que tem menos, ( apego material ) é o que tem o suficiente para ingressar no Liceu da salvação. “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” VS 33

Notemos que a renúncia de per si não é a salvação; apenas, o sine qua nom, para a matrícula no discipulado cristão.

Interessante comparar a certos “testemunhos” por aí, onde o “bispo” pergunta: “Como era sua vida antes de conhecer a Igreja tal”?

-“Era uma derrota, desemprego aluguel atrasado, humilhação, vergonha.”

– E depois da campanha, ( corrente, fogueira )?

- “Somos proprietários de nosso próprio negócio, temos casa e carro do ano, somos respeitados”.

– “Tá vendo pessoal, Deus está ou não está nesse Negócio?” Pergunta o vitorioso canalha.

Não, Deus não está.

Se a condição dos salvos na terra é de peregrinos, de inimigos do mundo, (Em termos de valores ) embaixadores dos céus, inevitável que vergonha e humilhação acabem fazendo parte de nossa caminhada. “Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando o seu vitupério.” Heb 13; 13

O Bendito Sangue de Jesus não foi derramado para nos enriquecer na terra, mas, para nos livrar do engano e corrupção que grassam nela.

Esses “vitoriosos”, contrário ao homem da parábola que, começou e não pode acabar, sequer começaram, a trilhar o caminho da salvação.

O primeiro requisito alistado no sermão do monte foi: “Felizes os pobres de Espírito”, ou seja; os que identificam suas carências espirituais, antes de mais nada.

Constatar carência de alimento, até um animal faz. Buscar lugar de honra e posição de autoridade nesse mundo, tá cheio de patifes fazendo. E a Bíblia não vaticina nos céus animais ou patifes, mas, santos. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;” Heb 12; 14

É natural que alguém ofereça como bom a outrem, aquilo que soa bom a si mesmo, por uma questão de lógica, e verossimilhança. Quando um pregador empunha a Bíblia e começa a falar de aquisição de bens materiais, é coerente como um piloto em plena guerra, que, ao sobrevoar o acampamento que deveria bombardear, lança alimento aos soldados inimigos.

A carne ( natureza) humana, já é inclinada aos prazeres ilícitos e aquisições materiais; essas, geralmente como meio de chegar àqueles. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.” Rom 8; 7

Interessante que a credencial que “legitima” esses canalhas que se auto-intitulam, bispos, é o fato que a coisa funciona. A Palavra de Deus nunca afere assim, antes, em termos de verdade ou mentira, associadas a uma adesão afetiva; até porque, o erro funciona maravilhosamente bem, como chicote do juízo, sobre os que recusaram amar a verdade.

Afinal, a vinda do capiroto-mor, que a Bíblia chama de Anticristo, será prodigiosa e eficaz, como já é o ministério dos que hoje laboram na base da pirâmide que jaz sob o olho de Lúcifer.

“A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira;” II Tess 2; 9 - 11

"Para mim, é muito melhor compreender o universo como ele realmente é do que persistir no engano, por mais satisfatório e tranquilizador que possa parecer". ( Carl Sagan )