REENCONTRO...

Foi num desses dias, em que se acorda com a alma debulhada em tristezas, a cabeça vazia, o peito oprimido por uma angústia, que não se sabe bem de onde vem e os olhos marejados de lágrimas, que me deparei com um par de olhos meigos, ternos e gentis. Apesar de ter sido apenas uma foto de reprodução, fiquei ali parada, por um longo espaço de tempo a contempla-los e senti saudades. Uma saudade intensa que se apoderou de todo o meu ser, de toda a minha alma. Saudades deste par de olhos que outrora, fora tão meu amigo, amigo de todas as horas e para todos os momentos. Sim, um verdadeiro amigo, e eu me deliciava nesta amizade pois, Ele me era o pai, o irmão, o amigo, o namorado e Dele era toda a minha alegria, tristeza, sonhos e desventuras.

Um dia nos separamos, não que fosse esta a sua vontade, mas eu resolvi seguir por um outro caminho, e mesmo sabendo encontrá-lo nas mínimas coisas que fazia ou via, tentava de certa forma evitá-lo. Ainda não sei porque mas, talvez o medo de alguma recriminação, vinda daqueles olhos, que bem sei, eu não suportaria.

E foi ali, parada, diante daquele par de olhos tristes, que as lembranças se afloraram na minha mente, e me veio uma vontade imensa de visitá-lo, de poder falar-lhe, de estar só nós dois ali, sozinhos, aí então eu poderia rir, chorar, falar, pensar... ... e saí.

Andei, passos lentos, o cérebro absorvido em pensamentos perdidos, indecifráveis...

Parei diante da sua casa, uma nostalgia violenta se apoderou de todo o meu coração, que batia descompassado, ali eu o encontraria, e faltava tão pouco, alguns passos apenas.

Entrei... Ele já me esperava...

Recebeu-me silenciosamente, sem elogios, sem críticas, passível como sempre o fora. Então chorei, falei durante muito tempo, uma espécie de desabafo e a tudo Ele ouvia, sem me interromper um momento sequer. Confusa ainda por sua maneira de ser, agradeci por me ouvir e pensei sair, me aproximei então para me despedir e eu o vi ali diante de mim, tão belo, tão humilde, tão generoso, suas feições marcadas por um imenso sofrimento. Nos seus olhos tão tristes havia muito amor e descobri o quanto Ele me amava, um amor grande demais para que Ele não me perdoasse a ausência. E foi entre lágrimas e soluços que eu perguntei:

- Se é tão grande o teu amor por mim, por que me deixou ir, permitindo que eu te fizesse sofrer tanto?

E com toda aquela imensa meiguice, suavemente me respondeu:

- FILHA, PARA QUE EU FOSSE AMADO, PRIMEIRO ME CRUCIFICARAM... ... ...

FELIZ PÁSCOA!!!

À TODOS OS RECANTISTAS!

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SIDNEYA ROSSI
Enviado por SIDNEYA ROSSI em 29/03/2013
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