DÉCIMA SÉTIMA AULA DE TEOLOGIA.

DÉCIMA SÉTIMA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO.

Mateus é o evangelista das comparações, do paralelismo: Então alguns escribas e fariseus tomaram a palavra: “Mestre, quiséramos ver-te fazer um milagre”. Eles já haviam vistos vários que Jesus havia realizado e agora exigem que Jesus exiba e mostre na frente deles para provar-lhes que é poderoso. Mas Jesus nunca exibiu fama e nem poderes, por isso ele lhes deu a Resposta: [E tantos pregadores a querer fama e status]. “Esta geração adúltera e perversa pede um sinal, mas não lhe será dado outro sinal do que aquele do profeta Jonas”. [Mt 12, 38-39]. O que fez Jonas de tão importante que Jesus menciona-o? Vejamos:

Vamos fazer aqui uma exegese desse relato de Mateus, Jesus dialogando com os escribas e fariseus e os chamou de adúltero. Primeiro Jesus afirmou categoricamente que aquela geração era adúltera e perversa, isto é, ali eles estavam à frente do filho de Deus, o Messias, o Deus encarnado. Ao não aceitá-lo cometiam o pecado de adultério. Por quê? Porque eles sendo os representantes de Deus recusaram a aceitar o próprio Deus na pessoa de Jesus. Estavam traindo como o marido trai a esposa [Jesus é o esposo], e vice-versa. É o pecado de adultério, pois, estavam traindo o próprio Deus ao desprezá-lo Jesus. Depois Jesus disse para eles que o sinal já havia dado que era o de Jonas. Aqui Mateus recorre o Antigo Testamento. [Já lemos esse milagre no livro de Jonas que ele foi à Nínive e pregou para os pagãos e os converteu]. Mas eles não quiseram se converter aos ensinamentos de Jesus, que era maior do que Jonas. Aqui está Jesus, maior que Jonas e todos os profetas diante deles; mas eles exigem um milagre. E Jonas já havia feito: O milagre da conversão aos ninivitas. Mas os doutores da Lei exigiam milagre patológico, não o espiritual, a conversão, por isso Jesus faz uma forte crítica ao respondê-los: O milagre já foi feito: o de Jonas. [Este não foi patológico e sim espiritual]. Do mesmo modo, existem muitos cristãos, que se assemelham aos doutores da lei, quando exigiram de Jesus milagres do corpo e não da alma espiritual. As igrejas, hoje, principalmente as pentecostais, alvoroçam com pregações fantasiosas de milagres do corpo, mas da alma, não. Afirmando possuir poderes de realizar milagres dando ordem a Deus em tal horário de seus cultos e tal dia. [Auto-sugestão]. Essas igrejas se apresentam uma teologia da prosperidade que afirmam Deus estando ao serviço dos pastores. Pentecostalismo antropocêntrico que iludem o povo como sendo um Deus matemático: tal dia vai haver um grande milagre. Nessas igrejas não há fiéis, mas clientes atrás de curas patológicas com auto-sugestões. E quem recebe se emociona, chora, cai em êxtase e não percebe que está sendo enganado. Essa “teologia da prosperidade”, que se forma pastores em taumaturgo, está adulterando o cristianismo pelas ações mágicas do paganismo. São verdadeiras árvores que dão frutos maus. Cuidado com os falsos profetas, que em nome de Jesus enganam “gregos e troianos”. O mundo hoje está cheio desses falsos profetas enganadores. [Colocam-se no lugar de médicos com o nome falso de Jesus]. Só quem pode fazer milagre é Deus; e Ele não faz a vontade de falsos profetas. Mesmo porque eles não fazem a vontade de Deus como Jesus. Para que haja milagre é preciso três coisas: A aprovação por um médico cientista, um Dr em teologia e o outro em parapsicologia. Por quê? Porque milagre está fora da compreensão humana. É mistério e a ciência não tem resposta. Como por exemplo. A cura de um cego de nascença, pois ele não tem o nervo ótico. A ciência não poderá dar, somente Deus.

Os livros do Novo Testamento sempre fazem citações do Antigo Testamento. Não é somente Mateus, mas nos outros evangelhos sempre buscam os livros do Antigo Testamento e colocam no Novo Testamento fazendo um midraxe dos textos o que torna difícil a sua interpretação para quem é fundamentalista. Se não conhecer bem exegese não irá entender as metáfora e palavras parabólicas de toda a Bíblia.

As parábolas são uma catequese para que cada cristão assuma a sua atitude com a experiência do próprio Jesus. A parábola das dez virgens nos alerta na vigilância para a hora da chegada do noivo [Jesus] para que sejamos bem recebidos cheios de luz da sabedoria. A chegada é o dia da nossa partida daqui desse mundo. [Escatologia individual e a universal]. Mateus é o mais didático relatando-nos a parábola das dez virgens. Primeiro devemos explicar como se realizava um casamento no costume judaico. As virgens iam buscar o noivo e levavam à casa da noiva. E entravam para as bodas. A festa durava uma semana. O evangelho narra que havia dez virgens. Cinco prudentes e cinco tolas. Como o esposo demorasse a chegar elas cochilaram e dormiram. No meio da noite, porém, ouviu-se um clamor: Eis o esposo, ide-lhe ao encontro. E as virgens levantaram-se e prepararam suas lâmpadas. As tolas disseram às prudentes: Dai-nos de vosso óleo, porque nossas lâmpadas se estão apagando. As prudentes responderam: Não temos o suficiente para nós e para vós; é preferível ides aos vendedores, a fim de o comprar para vós. [Mt 25, 1-13]. Leia a parábola para compreender o relato teológico. Esta parábola escatológica é bem forte, para todos nós cristãos. Essa é a lâmpada que deverá ficar sempre acesa e cheia de óleo, isto é, cheio da sabedoria do Evangelho. Da vivência do evangelho. A chegada do noivo não há mais arrependimento e nem perdão, pois é o juízo final. [A parusia]. Não há mais misericórdia e sim justiça para os não prudentes, isto é, os que lhes faltou o óleo que ilumina o caminho que é Jesus. Não quiseram viver a Boa Nova, os ensinamentos deixados por Jesus. Não poderemos dormir como as loucas, mas ficar preparados como as prudentes que tiveram o óleo para receber o esposo, Jesus Cristo. Não podemos ser cristão de fachada somente com o candeeiro, pois, esse sem o óleo não dá luz e não serve para nada. Para esses a porta será fechada. “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? [Cuidado com a teologia da prosperidade]. E, no entanto, eu lhes direi: nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!” [Mt 7, 22-23]. Estes são como as virgens loucas, que não ficaram preparadas e, na hora em que chegou o noivo não tenham o óleo para ser colocado no candeeiro; entretanto o noivo [Jesus chega e não sabemos a hora] quando chegar, não haverá mais arrependimento e nem misericórdia. Mas ouvirão a voz do juiz: “Nunca vos conheci.”

Esse relato é o discurso muito forte contra os maus cristãos e pregadores hipócritas. A parábola das dez virgens nos apresenta o juízo final, a escatologia. E também na escatologia individual.

Depois que Jesus havia contado a parábola das dez virgens ele conta uma mais forte: A parábola dos talentos exigirá de cada um de nós as contas de toda a riqueza dado por Deus, “os dons”. [Dez mil talentos equivale a uns trezentos e cinquenta mil quilos; são trezentos e cinquenta toneladas de ouro ou prata]. Simbolicamente os talentos são as riquezas que Deus nos dá para a gente administrar a nossa riqueza: O dom. Muitos enterram, joga fora por estar mais atraentes e mais alienados às coisas desse mundo material cheio de fantasias. Há muitos que interpretam essa parábola aplicando-se ao capitalismo. Entendem como se fosse uma economia de poupança, que rende muito dinheiro. É preciso conhecer bem da cristologia, pois, Jesus jamais foi capitalista; jamais pregou economia do ouro e da prata, mas a economia do Reino dos céus: A economia da fé. Essa é a riqueza que o ladrão não rouba. Os que renderam e multiplicaram os talentos são aqueles cristãos radicais. [Retos e justos]. Não são uma espécie de radicais que fazem votos de pobreza, que vivem em clausura, ou votos de celibato. Não. Radical é o que viveu ou vive como Jesus e a comunidade de Mateus. Vive o Reino do céu cotidianamente. [fé sem ação e sem a verdade é falsa]. O bem, a caridade não é desejar, mas praticar; é agir por devoção e dedicação, não por obrigação. Quem tem o dom e não desenvolve é como um candeeiro sem óleo, não dá luz, vive na escuridão. [escuridão sem as graças de Deus e sem a sabedoria de Deus]. É preciso assumir a vida de cristão e não contentar somente com ritual religioso ou rezar por obrigação. [Católico ritualista e folclórico as igrejas estão cheias].

O cristão deverá ser sempre “trigo” e não “joio”. [Trigo figura metafórica dos que fazem a vontade de Deus]. [Joio são os que dão maus exemplos e são hipócritas; aceitam as trevas e renegam a luz].

Há muitos artistas de várias áreas que possuem esse dom que a parábola fala. Tem que desenvolver o talento da arte e da perfeição. É preciso entender o que é o projeto de Deus trazido do céu por Jesus para todos nós. No final dessa parábola o “senhor” é severo. [O Senhor é Jesus Cristo]. Não tem misericórdia, pois ele é o juiz para julgar com justiça e equidade. É a parusia e a escatologia. Por isso ele diz: “E esse servo inútil, jogai-o nas trevas exteriores; [Onde não há luz, não há Deus], ali haverá choro e ranger de dentes.” Não há mais tempo de arrependimento. Ele chegará como um relâmpago e todas as nações do mundo verão. Uns ficarão alegres e outros tremerão de medo os que abraçaram as trevas. Mas, é como as pessoas que viajaram no Titanic, nenhum sabia que iria morrer. Ninguém sabia que seria aquele dia, o dia da sua escatologia e a hora iria chegar. Assim também será no dia em que Jesus como um relâmpago, com a sua chegada aparecer para julgar os maus e os bons. Nessa hora não há mais arrependimento. Esse foi o relato do evangelho de Mateus narrado nessas duas parábolas. Nada que Jesus ensinou que lemos nos evangelhos que são desse mundo. Toda sua doutrina e ensinamento foram trazidos do alto, isto é, do Pai. Por isso ele diz: “Eu sou o pão descido do céu”. [Pão da palavra, da sabedoria].

Há duas vindas de Jesus. O dia da nossa partida aqui e o dia da sua parusia e escatologia no juízo final. A vinda do Senhor não é somente no juízo final, mas o final da nossa estada aqui; a sua parusia e escatologia individual. Essa é a hora de cada um de nós quando partir, no final de nossa vida. [Escatologia individual]. “A parábola mostra que é mau administrador não só quem faz o mal, mas também quem deixa de fazer o bem.” [como o empregado infiel]. Há muitos que vão à igreja e assume como joio e não trigo. Quem não agrada a Deus fazendo a sua vontade, tanto o que pratica o mal como o que deixa de fazer o bem, ambos não são o operário fiel. [Mt 18, 23-32].[Mt 25, 14-30]. É bom que leia os capítulos e versículos citados para entender melhor as duas parábolas. [isto é, as alegorias que Mateus narra].

Todos nós que queremos ser discípulos e missionário de Jesus devemos ser: Sal da terra, luz do mundo. Sal é quem dá o bom tempero, o bom sabor e conserva aquilo para não apodrecer. Os valores doutrinários ensinado por Jesus. É uma simbologia a expressão de ser o sal da terra. [O sal conserva a carne para não perder e serve para conservar a alma servindo a Deus]. O cristão deva ter a sabedoria do alto e está a serviço do próximo, catequizando-o, convertendo-o para que ele seja um novo ser em perfeição. A luz é a sabedoria do evangelho que nos ilumina para sair das trevas. Todo cristão deva ser sal da terra e luz do mundo. Mundo, isto é, luz para iluminar homens e mulheres a saírem das trevas. Não é mundo planeta, mas humanidade para fazer parte do Reino de Deus. Cada um deva dá testemunho de Cristo sendo luz para os que estão nas trevas. É riqueza incomensurável a sabedoria: ladrão não rouba, nem a ferrugem estraga e nem a traça a corrói. Levamos essa riqueza quando partirmos desse mundo, terra, essa é a nossa escatologia individual, não é o fim do mundo global do cosmos, mas o nosso mundo real de vida espiritual. Peço-lhe que imprima.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 16/06/2013
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