VIGÉSIMA QUINTA AULA DE TEOLOGIA.

VIGÉSIMA QUINTA AULA DE TEOLOGIA.

(Curso de teologia).

Lucas é o evangelista que mostra um Jesus misericordioso e que se preocupou com os outros e se esqueceu de si mesmo. “Vinde a mim todos que estão carregados com o peso da cruz e eu vos aliviarei”. Vejamos o que Lucas narra teologicamente: “Jesus pediu ao Pai para afastar Dele o cálice, isto é, o martírio da paixão. Naquele momento de oração e súplica ao Pai, Jesus sua suor de sangue. [quem sua suor de sangue por angústia psicológica, a medicina dar-se o nome de hematridose]. O sangue derramou pela terra. [Terra planeta?!] Que terra Lucas está falando? Terra local onde Jesus estava orando. Depois dessa angústia, aparece-lhe um anjo para lhe confortar. Veja que teologia profunda e difícil de se compreender essa passagem lucana! Como é que o Filho de Deus precisa de um anjo para lhe confortar!? Não podemos ler esse texto como fundamentalistas, mas no sentido teológico fazendo exegese de um Jesus cheio de misericórdia sofrendo sozinho por toda humanidade. “Afasta de mim esse cálice”, mas não seja a minha vontade mas a vossa vontade.” Aqui está uma boa proposta de Jesus para quem quer ser seu discípulo: Fazer a vontade do Pai e não a nossa. E será que nós estamos dispostos a fazer a vontade do Pai como Jesus? Lucas quer nos mostrar Jesus orando sozinho, enquanto os discípulos dormem. [Aqui é um relato escatológico para dizer que quando Jesus vier, na sua parusia ninguém saberá a hora. Estamos dormindo como as virgens imprudentes]. Depois ele pede aos discípulos para se levantarem para orar. Por que Jesus não pediu aos discípulos para que orassem juntos com Ele? Sofrerem juntos com Ele? Eis aí o homem misericordioso que Lucas está mostrando com sua teologia lucana. Esquece de si e preocupa com os outros. Lucas narra que um de seus discípulos pediu-lhe que armassem de espada para enfrentar os soldados. Jesus não deixou. Mas, ainda assim, desobedecendo a ordem de Jesus, um deles puxa da espada e corta a orelha do servo do sumo sacerdote. Jesus imediatamente apieda-se da vítima e pega a orelha e coloca-a no seu lugar como antes. Lucas dramatiza tudo para mostrar que Jesus é misericordioso e poderoso, que se apieda do seu inimigo e se esquece de si mesmo. [É uma catequese ensinando-nos a ter fé com a caridade]. O discípulo não poderia sacar da espada e cortar a orelha do servo do sumo sacerdote, pois, estava diante de soldados romanos armados. Seria preso e punido imediatamente. Esse relato dramático poderia ter acontecido, quando Jesus ensinava e realizava prodígio durante a sua vida pública. [E aconteceu mesmo, antes da Paixão]. O evangelista Lucas não se preocupa narrar tempos antes ou depois o que aconteceu com Jesus na sua paixão e morte de cruz. [Ele não escreve cronologia]. Lucas narra a Paixão de Jesus fazendo uma dramatização, a fim de mostrar o quanto Jesus é misericordioso mesmo sofrendo humilhações e dores atrozes. Para Deus, ontem, amanhã, o passado e futuro; nada é aferível, cronometrado. Tudo se transforma no “agora”.

Jesus ajuda e perdoa aos inimigos que estavam ali para levá-lo à condenação. Jesus, afirma Lucas: “Eu estive todos os dias no templo convosco e não me prenderam. No evangelho de João várias vezes tentaram matá-lo por violação ao dia de sábado.

Jesus foi e expulsou os cambistas e vendedores e lhes disse: “A casa do meu Pai é para oração e não para covis de ladrões e com uma corda expulsou os cambistas e quebrou todas as bancas e revirou tudo. [Quantos hoje nas igrejas recebem dinheiro altíssimo do dízimo e ficam ricos! São violadores também e ladrões].

Vamos fazer uma pergunta histórica ao ler este trecho: Jesus poderia fazer uma ação desta perante os guardas do Templo? Jesus poderia ter feito um discurso muito forte contra os que estavam violando a casa do Pai; [Templo], mas jamais poderia ter acontecido de Ele ter quebrado tudo, dando chicotadas e expulsando-os do templo. Não, porque ali existia uma guarda do Templo, que eram os soldados romanos e não iriam permitir que Jesus fizesse tal ação. Seria preso imediatamente e condenado naquele momento pela agressão feita. Talvez Jesus tivesse feito um discurso duro e condenatório para os violadores do Templo e para os sacerdotes e o alto clero detonando um discurso contra eles desmoralizando-os como autoridades eclesiásticas do povo e responsáveis de administrarem o Templo. É a mais provável, pois Jesus era sempre misericordioso e não violento. Sempre soubera ter compaixão para com o povo, principalmente os mais simples e excluídos.

Lucas sabia que Jesus em todos os lugares que passava assistia as pessoas: curando-as, perdoando-as resgatando-as para uma vida digna. Lucas pega cada pessoa que Jesus perdoou quando estava ensinando no decurso de sua evangelização pública, sua vida pública e colocou para fazer parte da sua Paixão. [Ponto essencial e eficaz para a vida cristã]. Lucas faz uma dramatização numa visão teológica e não histórica literária, e cronológica, quando Jesus prometeu ao ladrão o paraíso. [muito antes da paixão]. Lucas faz um midraxe e se encaixou essas personagens na paixão e morte de Jesus, mostrando o Jesus que perdoa um ladrão e lhe promete o paraíso; perdoa os insultos dos soldados e religiosos.

Quando Jesus ia carregando a cruz e obrigaram a Simão Cirineu a carregar a cruz, multidão de povo e de mulheres, que batiam no peito e o lamentavam. Jesus se esqueceu de si e disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre os vossos filhos”. [Lc 23, 28 ]. Eis as palavras que Jesus pronunciou no alto da cruz: “Pai, perdoai-lhes: porque não sabem o que fazem”. [Lc 23, 34]. Jesus disse para o bom ladrão: “hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”. [Lc 23, 43]. “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. E o centurião disse: “Na verdade, este homem era justo”. [Lc 23, 47]. Esse é um testemunho de um pagão, o centurião romano. E foi um verdadeiro testemunho, não mais uma dramatização lucana, mas, na verdade houve realmente essa confissão de fé por parte do centurião. O relato lucano foi realizado na vida pública de Jesus e não no dia de sua condenação e morte de cruz. Jesus perdoou ladrão, cobradores de impostos, a adúltera e muitas pessoas, quando ele ensinava durante a sua vida pública. Esse é um relato teológico lucano. Mas na realidade nada disso aconteceu na narração de Lucas quanto à paixão de Jesus. Jesus morreu sozinho abandonado por todos os discípulos, parentes, mãe.

Jesus morreu calado sofreu tudo calmamente e tranquilamente. [Jamais houvera na terra um homem de um equilíbrio emocional impressionante a controlar seu psicossomático como o de Jesus] Que quis se entregar à morte pelos nossos pecados. Ele morreu sozinho sem essa dramatização lucana. [A Lei Romana não deixava ninguém subir ao Calvário para assistir à morte de cruz de ninguém]. Essa afirmação está nos anais da História Romana e em atas comprovando veementemente como era duro o cumprimento da lei romana, [Lei de Estado], quando ia crucificar algum condenado à morte de cruz. Não é mais uma teologia, mas uma História aferível e verossímil como a da humanidade. Por esse motivo, ao ler em Mateus, Marcos e João não aparece um ladrão arrependido pedindo-lhe que o levasse para o paraíso. Na verdade ambos se comportaram como Mateus e Marcos narraram: blasfemando o tempo todo. Lucas faz um relato da Paixão e colocou essas personagens, que alcançaram o perdão, antes mesmo da Paixão. [anos vinte]. Ele não estava preocupado com datas antes ou depois; Lucas está escrevendo teologia e não explicando homilia. Todo esse relato lucano Jesus fez antes de sua Paixão. Os milagres que ele operou na vida pública muito antes da Paixão, Lucas dá todo um colorido da Paixão, pois é dela que veio a salvação do mundo. Lucas sabia que a crucificação e morte de cruz era que vinha a salvação de todos. Por isso Lucas encaixa essas personagens de antes na Paixão sem se preocupar na sua dramatização e nem datas de antes ou depois. A teologia de Lucas é um relato antecipado. Ele não se preocupou em relatos cronológicos, mas mostrar quem foi Jesus antes da Paixão e depois dela. Lucas é o evangelista que narra um Jesus solidário, misericordioso e salvador da humanidade, mesmo sozinho soubera dar a sua própria vida para a salvação de todos. Aí está a diferença de Lucas [Lucas era médico e não era judeu], com os outros evangelistas. Ele faz uma teologia de sua maneira sem perder a originalidade, nem a cristologia e a hIstoricidade da Paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Não podemos ler a Bíblia como se fosse uma notícia jornalística e nem um livro de história. A Bíblia é um livro literário teológico inspirado por Deus. Para Deus não existe cronologia, pois Ele está fora do tempo. Quem criou o tempo, isto é, dia, noite, mês, ano, e tudo cronometrado foi o homem. Para Deus não existem o passado, o presente, o futuro e nem minutos e segundos, pois ele é o AGORA. E está, no mesmo tempo, em todas as coisas visíveis e invisíveis. Ele é Onipresente.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 24/06/2013
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