VIGÉSIMA SEXTA AULA DE TEOLOGIA.

VIGÉSIMA SEXTA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO.

Lucas escreve uma teologia que nos passa ser uma verdadeira catequese. Eis a diferença de Lucas com os outros evangelistas. Para Lucas, Jesus é misericordioso igual ao Pai, mas não afirma que ele é Deus. Não vemos uma alta cristologia e nem uma alta teologia de Lucas, pois, nem Lucas nem Marcos e nem Mateus afirmam que Jesus é Deus, mas o Filho do Homem ou filho de Deus. Filho de Deus significa o homem exaltado por Deus. E nem afirma que ele é Deus. Aliás, os sinóticos não dizem que Jesus é Deus, mas o filho de Deus. O filho do homem, isto é, Jesus afirma ser humano igual a nós, menos no pecado. Por isso ele sempre dizia ser o Filho do Homem. [de barro como Adão]. Somente o evangelista João afirma em todo seu evangelho que Jesus é Deus. João é o único que escreveu uma teologia mais alta e uma cristologia divina. Como também a teologia trinitária. Se não fosse o evangelho de João, Jesus seria apenas o Filho de Deus, o unigênito, primogênito e nada mais. Não seria Divino e nem pertencia a Santíssima Trindade. Somente o evangelho de João é que afirma Deus pai criador, Deus Filho, redentor e Deus Espírito Santo, consolador. Nem mesmo Paulo escreve a Trindade em epístola nenhuma; e nem afirma que Jesus é Deus. Só João que afirma: “Eu e o Pai é a mesma coisa. Quem me vê ver o Pai”.

Lucas narra a parábola do filho pródigo que o pai do filho pródigo é Deus, mas não diz que essa personagem pai do Filho pródigo é Jesus com toda a sua misericórdia e seu coração cheio de amor e perdão para com o pecador, pródigo a esperar a sua volta à casa paternal.

Possa ter acontecido todo esse relato lucano, como relatei acima, quando Jesus ensinava a muitos durante a sua evangelização como um “peripatético” caminhando e ensinando seus discípulos, antes de sua paixão e apiedou-se de muita gente e perdoou até mesmo ladrão como o próprio Mateus, cobrador de impostos. [Cobrador de impostos era considerado como ladrão. O relato no caso de Zaqueu]. É o mais óbvio, e mais provável, que algum ladrão ou bandido rogasse a Jesus o perdão antes de Ele sofrer a paixão. Lucas faz a sua teologia sem se importar com o tempo ou relato cronometrado. Ele sabia que Jesus sempre fez prodígios e milagres às pessoas necessitadas. Todas que receberam de Jesus o perdão, prodígios e milagres ele as colocou como personagens da Paixão e morte. [Ponto central de nossa salvação]. Os acontecimentos de prodígios e milagres, que Jesus operou quando anunciava o Reino dos céus, inclusive de curar a orelha do servo do centurião ele, Lucas, dramatiza-os como se fossem acontecidos no momento da Paixão no ato da crucificação. Mas esse colorido todo foi escrito nos anos 85. Jesus já havia morrido há mais de 40 anos. Aí está a resposta de o porquê que Lucas escreveu diferente dos outros evangelistas. O evangelho de Lucas é mais voltado à paixão e morte mostrando um relato midráxico de uma visão da misericórdia de Jesus com uma teológica difícil de ser interpretado pelos fundamentalistas. O mesmo Lucas que escreve seu evangelho e afirma que Jesus disse ao ladrão, “Hoje estarás comigo no paraíso”; ao escrever os Atos dos Apóstolos, afirma que Jesus ficou com os apóstolos 40 dias; depois foi que ele subiu ao céu. Aqui ele faz uma teologia difícil de ser compreendida, pois, sendo Jesus igual ao Pai, o hoje para Deus e os 40 dias é sempre o “agora”. Para nós tudo é aferível e cronometrado, mas para Deus, não. Para Deus não existe passado e nem futuro, mas sim o “agora”. O “SOU”. Sou é o nome de Deus. É um relato que lemos e devemos fazer uma exegese para entender: Deus é o “agora”. O verbo ser está no presente. “Eu Sou”. Tanto faz dizer: “hoje mesmo estará comigo no paraíso como ficar quarenta dias para depois subir aos céus”. Ambos são: o “AGORA”. Não há cronologia de tempo, pois foi o homem que criou o tempo e o espaço cronometrando tudo, mas Deus está fora do tempo e de tudo que é aferível. Quem criou a noção de tempo, peso, medida cronômetro mês, ano, século, etc, foi o homem. Para Deus não existem essas coisas, e nem morte, pois Ele é o Senhor da Vida. O autor da morte foi o homem. Deus sempre existiu e não tem começo e nem fim; sempre Deus é eterno e está presente em todos os lugares no mesmo tempo e na mesma hora. Ele é Onipresente. Enquanto nós estamos dentro do tempo e tudo é aferível, isto é, dentro do tempo, espaço, peso, medida e cronometrado: hoje, amanhã, presente, futuro; e tudo é medido e exato como a ciência e a matemática. Para Deus nada disse tem valor e Ele está fora de tudo isso, embora a sua presença é real em tudo que é vida; nas visíveis e invisíveis, pois ele é a mão que segura todo o cosmos.

A ciência progrediu, avançou e faz milagres biologicamente. Mas é Deus que está presente em cada cientista e em cada ação tecnológica que existe no mundo inteiro. Sem a presença de Deus não há ciência e nem cientistas, pois, todos são pincéis nas mãos de Deus. Deus é quem age, pois ele é autor da vida. “A ciência sem religião é aleijada; a religião sem ciência é cega”. [Albert Einstein].

Dizem que Einstein era ateu, mas acreditava na imortalidade da alma. Os cientistas, de um modo geral, através do microscópio com suas pesquisas como físicos buscam descobrir o poder da inteligência; pois há vários seres vivos, mas nenhum deles é criador ou descobridor como o ser humano; nem mesmo os dinossauros, incomensuráveis animais, que foram extintos há muitos anos. Todos sabem e têm consciência de que há alguma força fora do poder dos átomos que controla tudo. Afirmam eles que haverá uma grande destruição, isto é, a escatologia, como afirma o livro de Daniel, na sua visão apocaliptica e Jesus no evangelho de Mateus. Embora eles não sejam teólogos e nem se interessam com religião, mas o livro de Daniel é uma verdade apocalíptica e nada poderá dizer ao contrário. Tudo irá acontecer, afirmam os estudiosos cientistas físicos.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 25/06/2013
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