Evangelho Segundo o Espiritismo

# O Evangelho Segundo o Espiritismo#

Podemos dividir as matérias contidas no Evangelho em 5 partes:

1. Os atos comuns da vida de Cristo;

2. Os milagres;

3. As profecias

4. As palavras que serviram para o estabelecimento dos Dogmas da igreja;

5. O ensino moral.

Se as quatro primeiras partes tem sido objeto de discussões, a última permanece inatacável (O ensino moral).

Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É o terreno em que todos os cultos podem encontrar-se, a bandeira sob a qual todos podem abrigar-se, por mais diferentes que sejam em suas crenças. Por que nunca foi objeto de disputa religiosa, sempre e por toda parte provocadas pelos Dogmas, se o discutissem, as seitas teriam, aliás, encontrando nele sua própria condenação, porque a maioria delas se apegaram mais a parte mística do que a parte moral, que exige a reforma de um. Para os homens em particular, é uma regra de conduta, que abrange todas as circunstâncias da vida privada e pública, o principio de todas as relações sociais, fundadas na mais rigorosa justiça e, por fim, acima de tudo o caminho infalível da realidade a conquistar uma ponta do véu erguida sobre a vida culta. E se essa parte que constitui o objeto exclusivo desta obra.

Todo o mundo admira a moral evangélica; todos proclamam a sua sublimidade e as suas necessidades; mas muitos o fazem confiando naquilo que ouviram, ou apoiando em algumas máximas que se tornaram provérbios, pois poucos a conhecem a fundo e menos ainda a compreendem e sabem tirar-lhe as consequências. A razão disso está em grande parte nas dificuldades aprendidas pela leitura do Evangelho e ininteligível para a maioria.

A forma alegórica, o misticismo intencional da linguagem fazem com que a maioria leiam por desencargo da consciência, e por obrigação como leem as preces sem as compreender, o que vale dizer sem proveito. Os preceitos de moral espalhados no texto ministrados com as narrativas passam despercebidos. Torna-se impossível aprender o conjunto e fazer objeto de leitura e meditação separadas.

Fizeram-se, é verdade, tratados de moral evangélica, mas a adaptação do estilo literário moderno ficar-lhe ingenuidade primitiva, que lhe dá, o mesmo tempo, encanto e autenticidade. Acontece o mesmo com as máximas destacadas, riquezas a mais simples expressão proverbial, que não passam então de aforismos, perdendo uma parte do seu valor e de seu interesse pela falta dos acessórios e das circunstâncias em que foram dadas.

Para evitar esses inconvenientes, reunimos nesta obra os trechos que podem constituir propriamente falando um código de moral Universal, sem distinção e cultos. Nas situações, conservamos tudo o que era utilidade ao desenvolvimento do pensamento, suprindo apenas as coisas estranhas ao assunto. Em vez de nos prendermos a uma ordem cronológica impossível, e sem vantagem real em semelhante assunto, as máximas foram agrupadas e distribuídas metodicamente segundo a sua natureza, de maneira a que umas se deduzem das outras, tanto quanto possível.

Muitas passagens do Evangelho, da Bíblia, e dos autores sagrados em geral são ininteligíveis, e muitas mesmo parecem absurdas, por falta de uma chave que nos dê o seu verdadeiro sentido. Essa chave está inteirinha no Espiritismo, como já se convenceram os que estudaram seriamente a doutrina, e como ainda melhor se reconhecerá mais tarde. O Espiritismo se encontra por toda parte, na antiguidade, e em todas as épocas da humanidade. Em tudo encontramos os seus traços, nos escritos, nas crenças e nos monumentos, é por isso que ele abre novos horizontes para o futuro, lança também uma viva luz sobre os mistérios do passado.

As instruções dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que vêm esclarecer os homens e convidá-los à prática do Evangelho.

Alan Kardec e 23ª edição-1981
Enviado por Pedro Prudêncio de Morais em 28/06/2013
Código do texto: T4362662
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